domingo, 4 de março de 2012

Imprensa Esportiva x R10.


R10 e a presidente do Fla: apresentação com milhares de torcedores na Gávea.


A MANIPULAÇÃO DA MÍDIA.

     Início de 2011 e o Brasil parava para assistir a chegada de Ronaldinho Gaucho ao time mais popular da história da imprensa esportiva brasileira, o Flamengo. O renegado por Dunga na Copa da África, em 2010, com apoio da mesma imprensa, retornava ao futebol brasileiro como "o mito": o novo dono da camisa 10 do clube da Gávea, de súbito, transformara- se no novo dono das páginas, manchetes e reportagens do Brasil. A ideia era essa: atrair investidore$ para o CRF. 

     A conquista do Carioca de 2011 o clube ainda não tinha um patrocinador, chamado de master, em sua camisa. Já era maio quando o "time da moda" foi eliminado, em casa, da Copa do Brasil, para o Ceará. Patrocinador? Nenhum. Ainda usava o "Flamengo.com.br", ou algo do tipo. Ronaldinho Gaúcho, então, recebia suas primeiras vaias. Enquanto isso, dois outros gigantes da propaganda&marketing dominavam as atenções e os investimento$: Neymar e o Corinthians. 

     Começava ali a ruptura entre "R10.Ltda" cujo presidente é seu irmão, Assis, e o limitado CRF. As farras e noitadas, antes noticiadas com a pecha de mero "bon vivant", começavam a vir incitadas de cobranças. O Santos era o Bi-Campeão Paulista e Neymar, o jogador mais querido do torcedor, enquanto o Corinthians continuava seu predomínio como o clube das páginas, manchetes e longos minutos de reportagens na TV. Tudo, em poucos meses, já indicava números decepcionantes na "sociedade R10.Ltda & CRF". 

     No Brasileirão, o CRF segurava-se entre os 5 primeiros, o que sustentava a continuidade de R10, mesmo que, entre altos e baixos, entre lances geniais de um gênio de jogador e o cansaço nas pernas desgastadas da noite,  características que nos últimos 4 anos passaram a marcar a carreira dele, que SEMPRE foi frequentador assíduo da vida noturna, vivendo ainda em seus "17 anos" sem  ter alcançado como homem à maturidade. Ainda assim apostaram no resquício de futebol que ele jogava. A aposta foi excelente: mesmo 10% do que era, Ronaldinho Gaúcho fazia e faz a diferença (no futebol brasileiro). Foi graças a ele, nas últimas rodadas, em jogos decisivos contra o São Paulo, Cruzeiro, Internacional e Vasco, que o Flamengo conseguiu garantir a vaga "suada" para a Libertadores 2012.


2012: imprensa esportiva não poupa mais críticas ao  jogador.


     E veio 2012... Ao reclamar publicamente de atraso de salários, "R10 Ltda" jogava pá de cal na relação envolvida. Bastou tornar pública a dívida do clube para com ele que a ferocidade sedenta da imprensa mudou de foco, como se aperta o botão do controle remoto: agora, o mesmo bon vivant, o mesmo gênio das pernas cansadas pelas incessantes noitadas, é o bola murcha, um problema de milhões de reais, um problema. Não mais o mito adorado pelos quatro cantos do mundo, onde, em sua maioria, relembra de R10 como um dos mais espetaculares jogadores da história do futebol. Quanto a mim, o melhor que vi jogar, junto de Diego Maradona. Dois gênios geniosos que, equivocadamente, na minha opinião, são superados nos jornais, manchestes, e reportagens, as mesmas, do mesmo tipo, pela figura atlética e profissional de Lionel Messi, às custas de nossa memória degenerativa.

    A imprensa, esse quarto poder que surgiu como a grande revolução para representar a "Vox Populi", cada vez mais distancia-se dos fatos, dos atos, da verdade, em detrimento ao poder num todo. No futebol, cada vez mais claro, ela se associou a clubes, dirigentes, empresários, empresas de marketing, agenciando, às nossas custas, o que é ou que não é, o que seja, o que quiser que seja. Constatado que R10 não dará mais os lucros desejados, é hora de diminuí-lo frente ao seu torcedor para que este não cobre, nem se queixe, ao contrário, até peça a sua saída. 

   Não cabe aqui, muito menos a mim, apontar algozes nem vítimas. Ronaldinho Gaúcho também não é vítima dessa situação. Aceitou trabalhar com a mesma diretoria que meses antes teve a ousadia de demitir Zico. Aceitou vestir a camisa de um clube cuja torcida é talhada ao "oba-oba" sem a menor cerimônia nem escrúpulos. Não, R10 não é vítima de ninguém, de nada, a não ser dele mesmo.

   MAS...

  E de repente, de súbito, me dou conta: imaginem na economia e política?!!!...Como somos usados, influenciados, descartados ! Como, cada vez menos, somos nós mesmos. Se acontece até com um R10, que fará com nós, meros consumidores, mortais, indivíduos aglomerados no que chamam de público, povo. Eles só querem nosso dinheiro. O resto, para eles, não vale mais a pena. 

    Abraços,
    Crys.


contato: futfan10@gmail.com



    

    

Nenhum comentário:

Postar um comentário