segunda-feira, 26 de maio de 2014

Especial da Copa: "Os três leões".



Oi, pessoal.


Vivendo há quatro anos mais cá (Velho Continente) do que aí (Brasil), estou tão próxima do "futebol europeu" que quase posso tocá-lo (risos).


E faltando alguns dias para o pontapé inicial, vou dividir com vocês minhas impressões sobre as treze seleções do Velho Continente que, em sua maioria, são tradicionais rivais, na briga pelo título mundial em nosso Brasil!

Para começo de conversa, eu falo da Seleção do país berço do futebol e a que mais acompanhei: a Inglaterra.


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PARA REPETIR 66, FIEL E COERENTE, MAS COM UM PÉ ATRÁS

Jogadores ingleses posam para campanha do novo uniforme da Seleção: "Tree Lions" em busca do bi


Repetir 1966 tem sido a principal tarefa dos "Três Leões". O país fundador do futebol tem apenas um título mundial, conquistado numa Copa jogada em casa.


Para a imprensa inglesa, a tarefa é tão árdua, tão árdua, mas tão árdua, que o cargo de treinador da sua Seleção é chamado de "The Impossible Job" ("o trabalho impossível", ou melhor, "a tarefa impossível"). 


Será mesmo impossível? De acordo com "meu termômetro", o torcedor inglês responderia que não, embora admita que a Inglaterra não figure entre as favoritas. 


A desconfiança não é à toa: das dezesseis Copas que disputaram (os ingleses recusaram-se a participar das três primeiras edições por conta de discordâncias políticas do "Pós- I Guerra"), a Seleção Inglesa teve, como melhor campanha, apenas um quarto lugar, em 1990.




Gary Lineker não acredita em título inglês.
Foto: Tim Whitby.

Um dos mais notáveis jogadores desse time de 1990, artilheiro da Copa de 86 e considerado, atualmente, o mais importante comentarista de futebol da TV em seu país,  Gary Lineker, foi categórico: "A Inglaterra não tem qualidade para conquistar a Copa do Mundo." (Leia aqui).


MAS...


"-It doesn't matter if The English Team is not one of tournament favorites I will support them anyway" (Não importa se não somos favoritos. Eu vou acompanhar a Inglaterra, seja como for), foi o que eu ouvi, em 2010, de um torcedor inglês, o Danny, quando assisti, em Londres, a Copa do Mundo na África do Sul.

Não é marra; é fanatismo. Assim são os torcedores ingleses. Apaixonados por seus clubes, independente de divisão e títulos, com o time da sua pátria, não seria diferente. Ainda assim, mantém o espírito coerente, com os olhos vidrados no jogo, esperando o dia do seu segundo título mundial chegar... "com um pé atrás".


Reveja reportagem da TV brasileira com os ingleses num PUB londrino: "mais do que vencer, o que importa é mostrar paixão!"





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COMO VEM A INGLATERRA

Gerrard (4) e Rooney (10) comemoram no final do jogo a classificação da Seleção para a Copa: os craques dos Três Leões
Foto: Getty Images




Eu assistia o sorteio de grupos pela BBC e quando a Inglaterra caiu naquele que já tinha Uruguai e Itália, o locutor exclamou um sonoro: "- Ah, que pena!".

A falta de estrela do país criador do futebol é de se espantar. Vale lembrar a tradição esportiva, que tem a Grã-Bretanha como a terceira maior potência olímpica da história, e você se assustará com a falta de títulos dos Três Leões!

Até os anos 90, o seu futebol era conhecido por jogar com um centroavante alto e cruzamentos para a área. Pouca criatividade e muita correria e esforço. Com isso, poucos resultados e imensas decepções.


Nos últimos anos, com o "boom" do Campeonato Inglês, que ocupa um espaço midiático que era do Calcio Italiano, os cinco maiores clubes ingleses passaram a modificar seu estilo de jogo, buscando imprimir qualidade técnica e criatividade para melhor valorizar a posse de bola, como prioridades. 


A dificuldade de encontrar habilidade nata num corpo anglosaxônico ainda é o principal desafio. Em reuniões recentes na Federação Inglesa e principal cobrança dos analistas esportivos do país, formar jogadores ingleses com habilidade para o jogo vistoso é a maior busca.


Enquanto não consegue criar um Messi, um Cristiano Ronaldo, e principalmente, jogadores de criação, como Zidane, a Inglaterra tenta fazer bonito no Mundial.


Primeiro, classificando-se num Grupo que conta com mais duas campeãs mundiais, Itália e Uruguai, para assim, ganhar moral e realizar uma campanha digna da tua realeza, a do país que deu ao mundo O FUTEBOL.

Go England Go!


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TATICAMENTE FALANDO...


Provável escalação titular do "English Team": experiência de Gerrard e Rooney no meio de jovens jogadores.
Montagem: Crys Bruno.

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PONTOS FORTES:

- a categoria e qualidade de passe de Steve Gerrard;
- o poder de finalização do atacante Rooney;


PONTOS FRACOS:

- a dupla de zaga é lenta.
- falta um camisa 10, um meia ofensivo, que crie jogadas, tenha o drible e o passe agudos, verticais. Normalmente, os meio-campistas ingleses - e europeus - são apenas condutores de bola. 


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Pessoal,

a Inglaterra deve ser a única das mais importantes Seleções Europeias a jogar ainda no 4-4-2. A arrumação tática preferida de Sir Alex Ferguson no vitorioso Manchester United dos anos 90 até "ontem", é a escolha do técnico inglês Roy Hodgson, para aproveitar a característica dos seus jogadores.


O 4-4-2 é bem parecido com o do Manchester, com duas linhas de quatro, onde os jogadores de lado de campo são atacantes ou pontas recuados, que fecham o corredor. O time inglês perdeu Walcott, do Arsenal, e Townsend, do Tottenham, e deverá usar a revelação do vice-campeão inglês Liverpool, o jovem Sterling.


No centro, lugar mais difícil de jogar do campo, os "volantes" são os organizadores ou como no "futebol moderno" atual, os organizadores do time protegem os zagueiros, sem a necessidade de um brucutu ou terceiro zagueiro. Na Inglaterra, esses são Gerrard e Wilshere.


A defesa é a maior preocupação em relação ao time. Começando pelo gol. Há muito tempo a Inglaterra sofre com seus argueiros. Mas ainda considero o campeão inglês pelo City, Joe Hart, um goleiro de muito bom nível, ao contrário dos argueiros Green e James, que falharam bastante na última copa.


Com a bola no pé, espere muita correria e jogo pelas pontas. Será por ali que Welbeck, Sturridge e Rooney se movimentarão para as infiltrações na área adversária. Como vimos, ano passado, quando perdemos para os ingleses no Maracanã.


Uma coisa é certa: a Inglaterra vem com um time melhor que em 2010. Mas, como caiu no grupo da morte, isso poderá não ser o suficiente. A Inglaterra estreia dia 14 de junho contra a Itália. É o jogo crucial, se você, como eu, achar que o Uruguai chega mais forte no grupo. O que pode ser o divisor de águas a favor dos Três Leões é o seu poder ofensivo.

A CONFERIR!


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LEIA TAMBÉM:

Especial da Copa: Espanha, a campeã.

Especial da Copa: Alemanha, a melhor.

Especial da Copa: Portugal de Cristiano Ronaldo.


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CANTO DA TORCIDA INGLESA É SEU HINO NACIONAL:


Pessoal, é com a primeira estrofe do seu hino que os torcedores ingleses celebram sua seleção. Durante a partida, eles voltam a cantarolar o célebre hino "Deus salve a Rainha", ao lado do tradicional grito de "England".

No video abaixo, imagens feita do amistoso entre Inglaterra e México, em maio de 2010, no qual eu tive a alegria de está presente. Veja que bonito fica o belíssimo e lendário Wembley:






God save our gracious Queen, 
Deus proteja nossa graciosa Rainha
Long live our noble Queen,
Vida longa à nossa nobre Rainha

God save the Queen:
Deus salve a Rainha
Send her victorious,
Que a faça vitoriosa
Happy and glorious,
Feliz e gloriosa
Long to reign over us:
Em longo reinado sobre nós
God save the Queen
Deus salve a Rainha.






Abraços,
fraternalmente,
Crys Bruno.

domingo, 25 de maio de 2014

Liderança no dia do adeus a Washington

Washington, eterno camisa 9 do casal 20, faleceu na manhã desse domingo: obrigada por tudo.


Oi, pessoal.


Era noite de 23 de julho de 1987. Eu "já" tinha onze anos e já ia ao Maracanã com meu irmão. Nunca em clássicos. Aquele foi o primeiro. O que, por si só, já fazia do jogo, uma partida histórica na minha história.


Naqueles anos, ganhar do Vasco era normal. Mesmo o Cruz-Maltino tendo times melhores, como apontavam os analistas, como nas finais em 80 e 84. O Vasco de 87 também deveria ser. Vale lembrar que conquistou o Carioca daquele ano. Mas, o clube de São Januário, ainda assim, costumava cair diante de nós.


Comandados por um dos melhores meio-campistas que vi jogar, Geovani, o Vasco tinha no jovem talento de Bismark e nos dribles desconcertantes do ponta Mauricinho, os pontos fortes do seu ataque. O nosso Tricolor tinha ainda alguns dos jogadores do vitorioso time tricampeão carioca e brasileiro de 84, como Ricardo Gomes e, ele, Washington.



Com Assis, formou o Casal 20: muitos títulos e glórias para a história do Fluminense.


Vencemos por 2x0 com dois gols do eterno camisa 9 do Casal 20. Aliás, minto: ele fez somente um gol; o outro foi uma pintura. Ver um gol de placa como aquele, no estádio, é algo que marca demais. E na memória daquela menina, aquele lance se perpetuou como o mais lindo que assisti. 



Lembro de ver nossa torcida cantando pouco, abafada pelas vozes dos vascaínos, que era maioria. Lembro que o Vasco era melhor, o jogo foi truncado, com muita marcação, com poucas chances. Fizemos o primeiro gol numa cobrança de falta, da direita, acho que batida por Jandir; o goleiro Acácio rebateu e Washington marcou. 


No segundo tempo, num contra-ataque, o eterno camisa 9 tricolor fez aquele que foi o gol mais bonito que vi, estando presente no estádio. Claro que assisti muitos outros... Mas aquele permaneceu protegido e incomparável na lembrança daquela menina de 11 anos. 


Washington passa por Acácio: o mais bonito gol para aquela menina de 11 anos.


Quando a defesa rifou a bola e Morone falhou, deixando o excelente zagueiro Donato, no mano-mano com aquele centroavante de pernas longas e desengonçado, a torcida rechaçou a estagnação, levantando-se para acompanhar o lance, e testemunhou a criação de uma pintura assinada por Washington.


Com o filho, Junior, no gramado do Maracanã.


Na manhã desse domingo, dia 25 de maio de 2014, o autor daquele gol de placa, libertou-se de uma esclerose amiotrófica, uma doença degenerativa que o consumiu por alguns anos. 


Na manhã desse domingo, o eterno camisa 9 do Casal 20 partiu para os gramados celestes, perpetuando-se na história de um dos clubes mais importante do Brasil e, sobretudo, na lembrança daquela menina de 11 anos.


Obrigada por aquele gol, naquele dia. Descanse em paz, eterno Washington. E que tua família continue sendo amparada e abraçada pelo Fluminense e nossa torcida. 


Assista o gol de placa, de Washington, sobre o Vasco.




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FLU VENCE O BAHIA E AMANHECE LÍDER

Kenedy vibra com seu gol: vitória colocou o Flu na liderança.
Foto: Agência Getty Images



Em jogo ruim, o Fluminense venceu o Bahia, por 1x0 e alcançou a ponta do Brasileirão. 

E se o time não foi impetuoso como vinha sendo, uma coisa valeu e muito, além dos três pontos, claro: os meninos de Xerém.


Kenedy marcou o gol da vitória, o que lhe dá confiança. Além dele, o zagueiro Marlon foi uma maravilhosa surpresa. Calmo, como um zagueiro deve ser, fez uma partida segura e desponta como uma das apostas mais certas para o time, justamente numa posição muito carente do Flu e de quase todos.


Para melhorar, até Ronan jogou bem, parecendo recuperado da fogueira que foi jogado, ano passado, quando o time perdeu Carlinhos, que sem um substituto, recorreu ao rapaz, num momento crítico, de luta contra o rebaixamento.


Vitória importante, como cada uma é, nesse difícil Brasileirão. Vitória com a assinatura dos meninos. Valeu, garotada!


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TOQUES RÁPIDOS:

Sobis domina a bola: ele fica no Flu.
Foto: Nelson Perez\Fluminense F.C.

- Wagner e Sóbis (foto) completaram o sétimo jogo. Isso termina com especulações sobre a saída para Corinthians, Santos, "Vienense"... 

Importantíssimo a Unimed bancar a permanência. Sóbis e Wagner, ao lado de Conca, têm sido a mola percurssora do time, os jogadores que dão aquele ritmo intenso, com seus deslocamentos, marcação na frente e qualidade no passe e na posse de bola.

Se Cícero e Wellington Nem vierem, fecha a acumulada! E o Fluzão despontará com o favorito ao título, ao lado do ainda forte Cruzeiro.

#AindaMaisFortes! #RumoAoPenta! #Fluzão!

Abraços, bom domingo. Fraternalmente, Crys Bruno.







quinta-feira, 22 de maio de 2014

Fluzão é puro êxtase

Walter marca o gol da virada do Fluminense, deita e rola no gramado: atacante foi decisivo na goleada.
Foto: Nelson Perez\Fluminense F.C.



Oi, pessoal.


Era a partida mais esperada da rodada. Era o jogo da Tv aberta para todo território brasileiro. E numa atuação extasiante, no segundo tempo, o Fluminense goleou o São Paulo por 5x2.


Não foi uma vitória qualquer. O adversário era o São Paulo, o país assistia pela TV. E o Fluminense de Cristovão Borges, já é apontado como o time com o melhor futebol do Brasileirão.


É assim que se conquista torcida, é assim que se coloca o clube na pauta da mídia, dos bares, do café-da-manhã, do "Bom dia" no trabalho: com um futebol atrativo. É assim que ganha novos sócios-torcedores.


Num país, com pelo menos, cinco, seis times que brigam pelo título em condições iguais, faz muita diferença, ser um deles, mas com um futebol atraente, bom de se ver, já que ser campeão não será toda hora, todo ano. 


É assim que o FLUMINENSE fincará tua bandeira entre os mais fortes no mapa do futebol brasileiro no século XXI. Tal como o São Paulo conseguiu, com méritos, e... futebol atrativo.


Mérito total para Cristóvão Borges e a sorte que tivemos porque foi ele, não Ney Franco, que veio substituir Renato Gaúcho.


Futebol é entretenimento. E como tal, precisa ser agradável de se ver. É o que todos os grandes e médios times na Europa buscam agora: jogar um futebol atrativo. Cito a Europa, por ser aqui, que os ditos "cientistas do futebol brasileiro" referem-se quando discursam sobre "o futebol moderno."


É esse o atual "futebol moderno": proporcionar um futebol atrativo, agradável. E não existe um time sequer que consiga isso, jogando daquela maneira acuada, acovardada, que vimos o Fluminense, nos últimos anos. 


Nunca me esqueci quando um grupo de quatro rapazes, amigos da família e dos meus sobrinhos, disseram que não conseguiam assistir os jogos do Fluminense porque eram "chatos". Isso quando o time disputava e conquistava o Brasileiro de 2012. 


Por todo esse tempo que escrevo sobre futebol e, mais ainda, sobre o nosso Fluminense, pedi para ver o que vi ontem. Que puro êxtase! O "futebol resultado" sendo conquistado com futebol bem jogado, com marcação e criação intensas, num time posicionado fora da grande área defensiva.


Uma pena que a Copa interromperá esse Brasileirão que vem sendo do Fluminense. Mas, não interromperá a revolução na mentalidade e atitude que Cristóvão já implementou no time.


Que êxtase! Que puro êxtase! Ver a torcida mais linda do mundo eufórica, sorrindo, contente, orgulhosa, finalmente, representada pelo futebol do time em campo. Enfatizo: do time! Porque mesmo nos melhores momentos, dos últimos anos, ou foi o Conca, ou o Fred, ou o Cavalieri...nunca O TIME. 


Que puro êxtase! Ver Walter jogar futebol!


Que puro êxtase! Observar nossos dois meias ofensivos, Conca e Wagner, jogando e marcando no ataque, próximos da área, e não o jogo quase todo, atrás da linha do meio-campo.


Que puro êxtase! Comprovar o quanto um posicionamento interfere na atuação individual de um time. Inegável que os criticados zagueiros e volantes passaram a errar bem menos. (Fazer penalti em zagueiro, Elivélton?! "Afe"!) *Segundo me informa o tricolor, Anthenor Nicolau, o autor da penalidade foi W. Silva.


Pessoal, sim, eu sei que hoje vocês lerão tudo e todos falarão do grande jogo - que foi porque o São Paulo dignificou nossa vitória - dos melhores lances, jogadas; das atuações dos atletas, enfim, do jogo em si. 


Então, eu preferi falar do jogo num todo, na amplitude que meu coração extasiado conseguiu alcançar: ontem foi um grande passo para reconquistarmos o BRASIL!


O Fluzão é puro êxtase! 


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O DONO DO JOGO: WALTER, TEUS PÉS SÃO MÁGICOS.
Walter manda coração para a Torcida Tricolor, a quem dedicou a vitória.
Foto: Nelson Perez\Fluminense F.C.


No futebol atrativo do Fluminense, ninguém encanta mais que Walter. Tua essência é de um matuto admirável e puro, com uma sinceridade que não ofende, uma verdade que não agride e toda uma espontaneidade de assombrar, num meio onde praticamente tudo é programado, manipulado, orientado.


Por isso, mais que tudo, ontem, ao vê-lo sendo entrevistado no intervalo e no final do jogo, desejei imensamente que o meio do futebol, dessa gente engomada que nos intoxica com as teorias e farsas da propaganda e do marketing, NÃO MUDEM,  NÃO MEXAM NA PUREZA DO WALTER.


Que maravilha ver e ter um jogador como ele! É como retomar aos grandes do passado! É como ouvir e respeitar e idolatrar o Amarildo, artilheiro do Bicampeonato mundial do Brasil, já idoso, ter dez segundos para falar na festa da FIFA, o artilheiro de 62 alongou-se num discurso de minutos, quebrando o protocolo... e muitos idiotas, atuais ídolos, como Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo, riam na platéia.   



Walter traz de volta ao futebol brasileiro, o que de mais íntegro ele deu ao país, entre "Manés" e "Reis" (separando Pelé do retardado Edson Arantes), através dos pés mágicos de Amarildo, Zizinho, Didi, Julinho Botelho, Ademir da Guia, Altair, Nilton Santos, entre Djalmas, príncipes, mitos, entre tantos! 


Que maravilha ter e ver um jogador como WALTER! E ainda: vestindo a camisa mais linda do mundo. 


Ave, Walter! "Sir" Walter, teus pés são mágicos!


Abraços, 
fraternalmente,
Crys Bruno.




segunda-feira, 19 de maio de 2014

O Fluminense não é qualquer um

Marcelo Grohe segura a bola antes que ela chegasse na dupla de zagueiros do Flu: atuação do goleiro foi destacada.
Foto: Ricardo Rimoli




A derrota de 1x0 para o Grêmio, em Porto Alegre, é um resultado normal, mas não no jogo de ontem, em que o Fluminense, em nenhum momento da partida, foi dominado pelo forte adversário, mesmo na casa dele.


Cristóvão Borges chegou para nos aliviar e mostrar àqueles que chamavam de "críticos que jogam contra", ou críticos inúteis, ou seja lá o que for mais, os que não compactuavam com aquele time retranqueiro, sempre atrás da linha da bola, acuado, acovardado, que jogava para não sofrer gols.


"- Futebol moderno é isso!", vociferavam. Não queriam enxergar que o Fluminense podia e devia lhe dar mais do que aquilo. Estavam equivocados e mesmo que não admitam, eu espero, pelo bem do Flu, que silenciosamente, isso ocorra. 

Eu os entendo. Principalmente porque a maioria só vê jogo do Fluminense e superam a depressão daquele horror de 90 minutos de retranca, com os momentos de êxtases que os títulos trouxeram, para justificar e aceitar ver nosso Tricolor jogar como se pequeno fosse.

Cristóvão orienta, com a mão esquerda, a última linha, e aponta para o ataque: técnico que mudou a postura do time.
Foto: Ricardo Rimoli


Cristóvão Borges chegou para lhes mostrar o que é atitude e postura de time grande. O que é o futebol moderno. E que esse, embora priorize mais o vigor físico e a marcação, não é feito de retranca como sistema de jogo e SOMENTE, em circunstâncias eventuais da partida. 


Vou enfatizar isso, para que entre na caixola dos tricolores, mesmo que por osmose, para que nunca mais aceitemos ver o Fluminense como vimos muitas vezes com Abel e sempre com Renato, para citar dois exemplos extremos...


Hoje, não teve uma matéria sobre a derrota de ontem que não enalteceu a atuação do time do Fluminense! 
Perdemos? Perdemos. Como se perde também, mesmo jogando como um time pequeno. 


Mas quando se perde jogando como um time pequeno, somos tratados como tal e resultado: os jogadores perdem a confiança, sentem-se piores que são; e a torcida perde a motivação. Isso para não falar que a imagem do clube se apequena também.


Cristóvão Borges chegou para chacoalhar a mentalidade de muitos torcedores do Fluminense. Ver um time jogar melhor que Grêmio, em Porto Alegre... não é para qualquer um. 


O técnico do Fluminense chegou para lembrar a todos aqueles tricolores que aceitavam aquele "futebolzinho muderno" de time pequeno, que o Fluminense não precisa jogar assim e mudando apenas a postura e atitude do time, mostrou o que é ter cara de time grande: o "futebol moderno é isso!". E o FLUMINENSE NÃO É QUALQUER UM.


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MAL DA CABEÇA

Diguinho evita que Fred chegue até o juiz após a expulsão: capitão perdeu a cabeça.
Foto: Ricardo Rimoli


Pessoal, ao lado de Dario Conca e Deco, Fred foi o melhor jogador do Fluminense nessa história recente do clube. Isso é inegável.

Além disso, sua importância e presença com uma liderança positiva tem feito a diferença tanto quanto seus gols. Igualmente inegável.

MAS...

O ciclo do capitão do time se aproxima do fim. Como admiradora, muito me dói pensar nisso, quanto mais escrever... o que tenho adiado, desde as informações de que após a Copa, ele sairá. Algo que acredito totalmente.

2014 tem sido mais um ano de muita luta para superar-se. Primeiro, fisicamente. Hoje o artilheiro, camisa 9 do Fluminense e da Seleção Brasileira, parece fisicamente recuperado. No entanto, a parte técnica está terrível de ver.

Ontem, pior que sua atuação técnica, com domínio de bola e passes equivocados, apesar de todo o esforço e importante presença, foi vê-lo pôr a mão no pescoço do adversário para empurrá-lo.

Já com cartão, e milésimos de segundos de ver o árbitro dar um amarelo ao jogador do Grêmio, no empurra-empurra da área, foi de pedir para ser expulso.

Mal tecnicamente, ontem, foi mal da cabeça também. Foi o segundo detalhe determinante para a nossa derrota.

POR ISSO...

Muito me dói dizer: que bom que ele está fora do jogo contra o São Paulo para que Walter possa jogar!


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WALTER DEVE ENTRAR DE TITULAR, NA QUARTA

Walter leva as mãos à cabeça lamentando um passe errado: jogador deve substituir Fred, expulso.
Foto: Ricardo Rimoli



Walter consegue ser um jogador extremamente perigoso, quando não sempre decisivo, em todas as partidas que entra, para jogar, o que significa dizer, por dez, quinze minutinhos. 

Muito melhor que Sóbis e Fred juntos, em mais de uma hora, no campo.

É verdade que os quinze minutos finais de um jogo de futebol são "os melhores" para se jogar porque é quando se abrem mais espaços já que o cansaço toma conta de todos. Para quem entra fresco e tem a habilidade e inteligência de Walter, é supimpa! 

Só que quarta será diferente: nosso querido Waltinho terá que roer o osso e nós, contamos com ele! (risos). 

Que ele faça uma partida que deseja e que esperamos. Pode não acontecer, afinal, o ritmo será mais puxado. Mas nada que derruba um touro de imenso talento.

Que jogador é o Walter! 

Walter, que NÃO PODE MAIS SER RESERVA DO FLUMINENSE.

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TOQUES RÁPIDOS:

- Além da expulsão (justa) do Fred, foi o erro de Diego Cavalieri, no gol de Rodriguinho, que determinou uma derrota (injusta). 

Nosso goleiro sentiu sim a não convocação para a Copa. Ou são os problemas pessoais. Ou sei lá o quê. Fato é que tem saído estranho e falhado mais do que sua capacidade. 

Ontem, abriu a seu canto direito e se jogou antes do arremate para o canto esquerdo, errando o tempo de bola e levando um gol numa bola defensável que um goleiro como ele não leva.

ERGA A CABEÇA, CAVA! Precisamos de você bem!

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E QUE VENHA O SÃO PAULO DE PAULO HENRIQUE GANSO...

Ao lado de Osvaldo (esq), Ganso comemora um dos seus dois gols.
Foto: Paulo Sergio\Lance


Quarta, às 22h (ai que horário ingrato comigo! risos), o Fluminense receberá o São Paulo, no Maraca.

Sem "Ganso na lagoa",  porque isso é coisa de mulambo! Não concordam???? 

Trocadilho horrível à parte, resultado da alegria compreensível que me toma, toda vez que o time do mal perde, jogo difícil, mas bom para vencer, porque, como o Fluminense, e diferente do Grêmio, o São Paulo joga e deixa jogar.

Isto quando esquece o Muricy...

Então, vamos, Fluzão! Vamos ganhar! Somos do clube tantas vezes campeão!

AO MARACA!

Abraços, 
fraternalmente,
Crys Bruno. 

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Venceu o melhor.

Fred sobe mais alto e abre o placar: vitória por 2x0 do Fluzão no clássico.
Bruno de Lima\LancePress


Oi, pessoal.


Deu Fluminense, mais uma vez, no segundo FlaxFlu do ano. E apesar de não golear, o Fluminense manteve a partida sob controle os 90 minutos, jogando melhor do que jogou na vitória de de 3x0, onde prevaleceu só o indivual, em partida espetacular do Conca.



Ontem, o nosso Conquinha, que fazia aniversário (31 anos), voltou a ser o mais importante em campo. Desta vez, Dario joga num time mais bem organizado, que venceu, sendo superior, por conta de uma aula de posicionamento e deslocamento. 



É o que temos visto no novo Fluminense de Cristóvão Borges. E ontem não foi diferente. As mesmas linhas avançadas, agrupando os três setores do time - defesa, meio-campo e ataque - que permite melhor cobertura do companheiro na marcação e com o time mais próximo, melhor opção de passe.


MAS...


Embora a vitória tenha nos mantido no G4, na vice-liderança do Brasileirão, e depois de todas as injustiças que sofremos no caso Flamengo\Portuguesa, que nos manteve na Série A, começar o Brasileirão dessa forma, jogando bem, vencendo e no topo da tabela seja maravilhoso, ainda nos faltam algumas coisas para almejarmos ao menos a volta à Libertadores...


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OS DESTAQUES DA VITÓRIA:
Filho, esposa e mãe de Conca no Maraca
Foto: Jornal Extra
DARIO CONCA, O MAESTRO, SOLISTA E RITMISTA.

Com Sóbis e Fred, o Flu fica com um ataque sem velocidade, embora eles supram essa falha com um nível de finalização acima da média no Brasil.

Num time que joga com dois centroavantes sem velocidade na área e um dos meias marcando o lateral adversário, coube só ao Conca ditar o ritmo, novamente. Wagner ficou preso na marcação do corredor lateral de Leo Moura, algo que deverá ser mais frequente, porque os times entupiram o meio-campo de marcadores e os laterais passaram a ser tão importantes quanto os meias-ofensivos, os meias de criação.

Espero que não. Espero ver o Wagner podendo se deslocar em X, como sua posição e característica pedem, atuando não tão fixo, como um ponta esquerda que marca o lateral adversário.  

Ele pode até acompanhar o lateral, mas até um ponto do campo, dali em diante é função do Carlinhos e do volante para ajudá-lo, não de um jogador como o Wagner. A conferir.



DETALHES QUE DETERMINARAM A VITÓRIA

Cavalieri faz grande defesa no único chute do Flamengo no 1° tempo.
Foto: Bruno de Lima\LancePress


Novamente vimos o time agrupando e com as linhas defensivas avançadas. Elas deixam os jogadores mais próximos, e isso é fundamental para que eles se desgastem menos, com isso, marquem mais, tendo, além da cobertura próxima, mais opção de passe, com isso, mantendo a posse da bola.


Tem sido assim o Fluminense de Cristóvão Borges. Eu gosto de enfatizar a importância dessa nova postura, mesmo ficando repetitiva. (risos).


Ontem não foi diferente. Graças a esse posicionamento, essa organização, o time dominou o meio-campo e assim, o jogo, mantendo o Flamengo afastado da sua área defensiva, especialmente ou totalmente, no primeiro tempo, quando só chegou uma vez ao gol de Cavalieri em cobrança de falta do zagueiro Samir.


Chiquinho (13) corre para comemorar seu bonito gol que determinou a vitória Tricolor no FlaxFlu.
Foto: Nelson Perez\Fluminense F.C.


Na etapa complementar, um recuo natural por conta do cansaço dos jogadores do meio campo, deu mais campo ao adversário que conseguiu chegar duas vezes com muito perigo. Tudo na base do esforço.


MAS... quando os rubro-negros acreditavam no empate, Fred pediu para sair, "permitindo ser substituído", e Cristóvão percebeu o cansaço de Wagner e colocou Chiquinho, jogador igualmente ofensivo. 


A "permissão" de Fred e a escolha perfeita do Cristóvão - nossos últimos treinadores colocariam certamente um volante, um Rafinha, não um outro jogador ofensivo - determinaram o contra-ataque certeiro e lindo, no gol que sacramentou uma vitória justa. 

Venceu o melhor!


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TOQUES RÁPIDOS:

ELOGIOS EXAGERADOS AOS ZAGUEIROS:

- Gum errou todos os passes na saída de bola. Isso precisa ser corrigido. Ou usando Jean e Diguinho para o passe curto, quando Bruno estiver marcado, ou sei lá como!

- Se Gum faz faltas imbecis fora da área, costuma ser muito eficiente na bola aérea, dentro da área, lugar onde Elivélton falha acima do razoável, embora esteja indo muito bem fora dela.

- Enfim, precisamos de um zagueiro ágil como o Eli, fora da área; e bom, como o Gum, dentro dela. E continuo não achando que o Henrique, com 31 anos, tenha esse perfil. Tomara que eu queime minha língua!

- Jean e Diguinho estiveram muito bem até cansarem, no segundo tempo, quando comprometeram bastante. E como o Flamengo não aproveitou...

- Carlinhos e Bruno não estiverem no melhor dos dias. No segundo tempo, Bruno abdicou da marcação na linha lateral, abrindo espaços. Carlinhos marcou melhor. Ambos não apoiaram bem.

Wagner teve uma atuação muito boa até cansar, no segundo tempo.
Foto: Nelson Perez\Fluminense F.C.


- E dos jogadores ofensivos, somente Rafael Sóbis não esteve bem. Acontece. E que bom que ainda assim vencemos. Wagner, apesar de sacrificado para marcar a lateral, foi muito bem, parecendo melhor fisicamente, mais desenvolto, até cansar.

- Sim, o meio campo todo cansou no segundo tempo. Cristóvão repôs o gás com o brilhante Walter e o veloz Chiquinho. E, com isso, venceu o melhor!

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E SOBRE O MAL...

- Mulambos (não aprendo a escrever molambo nem com o Felipe Fleury ensinando!), vencer com falha do Felipe é mais gostoso!


- Mulambos, parte 2 : que clube estranho... primeiro, eles preferem jogar num estádio vazio, cobrando uma fortuna no ingresso, para ter mais renda; agora, em pleno Dia das Mães, entram em campo homenageando os negros?! Eu, hein, que clube estranho...


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E que venha o Grêmio!

Jogo espinhoso, em Porto Alegre, no próximo domingo, às 16h.

Arrasa de novo, Fluzão! 


E POR FIM, MAS NÃO (MESMO!) MENOS IMPORTANTE:


Obrigada, Dario Conca!

Que teu aniversário tenha sido só felicidades como desejo que sejam todos os teus dias!

Abraços, pessoal.

Boa semana.

Crys Bruno.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Especial Copa: Torcer contra a Seleção por quê?





Oi, pessoal.


Quem disse que eu não iria falar da Copa, do Brasil e das seleções europeias? Claro que sim. Mas somente agora, com a definição dos selecionáveis e às vésperas da competição, para não ficar maçante demais. 


Hoje, Luis Felipe Scolari anunciou nossa Seleção, repleta de volantes e com apenas dois meias de criação. É o Brasil que minou seus camisas 10 em troca da filosofia dos torneios de mata-mata, onde os jogadores que marcam no campo defensivo são os protagonistas. É a era Dunga.  


Muitos analistas e técnicos entendem que, sem Pelé, só assim voltamos a ser campeão do mundo, embora nunca nos lembrem que mesmo assim já perdemos Copas de forma ridículas como em 1990 e 2010. E mais que isso, mesmo nas duras derrotas para Itália, em 82, e França (em 86 e 98), nossa grandeza e beleza de jogo não foram questionadas.


É sobre o Brasil que estreio o Especial Copa. Seja bem-vindo. Leie e comente sem moderação.


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TORCER CONTRA A SELEÇÃO POR QUÊ?






"Desculpe, Neymar\Mas nesta Copa eu não torço por vocês\ Estou cansado de assistir o nosso povo\ Definhando pouco a pouco\ Nos programas das TVs\Enquanto a FIFA se preocupa com padrões.\Somos guiados por ladrões\Que jogam sujo pra ganhar\Desculpe, Neymar\Eu não torço desta vez." (Ouça a música completa: Clique aqui).


Edu Krieger é um compositor muito bem conceituado da atualidade e mandou bem, novamente, na canção intitulada, "Desculpe, Neymar." Com toda propriedade afirmou que não torcerá para a Seleção Brasileira nessa Copa do Mundo. Sinceramente, não há quem não compartilhe a mesma vontade quando pensa nas mesmas razões.


MAS...


Por que sempre o futebol é colocado na berlinda? Há mais de 50 anos, a maioria dos intelectuais brasileiros (ou pseudos), alegam que o esporte é usado em nosso país para manobrar a massa. 


Os mesmos intelectuais (ou pseudos) que fizeram de Lula e José Dirceu, "heróis da resistência" contra um capitalismo que eles nunca abriram mão de ter, especialmente, patrocinados pelo Estado, ou seja, com o dinheiro do mesmo povo que eles julgam defender.





Itaquerão: um estádio que custará, também, mais de R$ 1 bilhão é presente do Governo Federal do PT ao time do ex-presidente Lula. 


Por ironias do destino, Lula e José Dirceu alcançaram o poder maior do país e protagonizam números jamais vistos de corrupção comprovados, de BILHÕES de reais desviados, entre operações com doleiros e empresas privadas, como o Friboi de um dos seus "filhos"; nas empresas públicas que eles "governam", como BNDES e Petrobrás; e nos braços do que chamamos de Sociedade Cívil Organizada. 




"Nunca na história desse país" um grupo de políticos roubou tanto dinheiro! E olha que a briga é boa! Mas o Partido dos Trabalhadores tornou-se insuperável, batendo todos os recordes. Os governos Sarney, Collor e FHC são "ladrões de galinhas" comparados a turma do Lula e Dilma.



Grupo político vangloriado e sustentado por esses mesmos intelectuais brasileiros (ou pseudos) que defendem que o povo é manobrado e alienado através do futebol, enquanto são ou sonham ser sustentados pelo Governo, que gritam "Abaixo ao Capitalismo e aos Estados Unidos", com a boca cheia de caviar, entre taças de champagne e férias em Nova Iorque e Miami...porque é assim que eles defendem o próprio capital (sustento), em geral.



Maior praga ou câncer da América Latina, esses mesmos hipócritas são os autores da maioria dos livros que nos formam nas Universidades. Eu testemunhei isso nas três Universidades que estudei por mais de sete anos: Estácio de Sá, Salgado de Oliveira e UFF. Somos manobrados, por esses mesmos hipócritas intelectuais que elegeram os ladrões bilionários, atuais donos do Brasil. 



Mas é o futebol "a arma mais poderosa da alienação do povo"... Irônicos. 


E as ironias não param por aí, afinal, foi justamente num estádio de futebol, com transmissão para todo o mundo, que a Presidente Dilma Roussef, admirada por ser ex-guerrilheira e sequestradora por esses mesmos intelectuais (ou pseudos), foi vaiada, num ato espontâneo de representantes do povo que não usavam máscaras nem cartazes de outros partidos. 




Presidente insatisfeita com as vaias no Mané Garrincha.
Torcedores de futebol demonstram sua insatisfação com o governo.




Foi a honestidade daquela vaia "apartidária", feita pelos torcedores de futebol "alienados", num estádio com jogo da Seleção Brasileira, que inspirou milhares de brasileiros, igualmente fartos dos políticos e dos partidos políticos,  a tomarem as ruas de norte a sul do país, em manifestação jamais vista, nem na democratização de 1985, muito menos na revolução ou contra-revolução de 1964.



Vale lembrar: o ex-presidente Lula também sofrera a mesma vaia num Maracanã lotado, anos atrás, por conta dos jogos Pan-Americanos. Relembre. Clique aqui.



Voltando... quer mais? A Seleção foi campeã da Copa das Confederações e isso não fez ninguém esquecer os nossos  problemas, nem que somos um povo que produz o sexto maior PIB do mundo, mas não tem mínima qualidade de vida, nem sequer nos três serviços básicos e obrigatórios do Estado: saúde, educação e segurança.



Meses depois, as opiniões em pesquisas que costumam " puxar sardinha"para o lado do partido que governa o país, colocam a atual presidente com números de rejeição comparados ao de Fernando Collor de Melo, a primeira grande decepção da nova democracia brasileira.



Assim, novamente, os torcedores de futebol "alienados" não esquecerão os problemas do Brasil nem sequer pensarão que eles deixaram de existir por conta da euforia que a conquista de uma Copa do Mundo nos proporciona. Ainda mais na nossa casa.



Pelo contrário, senhores intelectuais e seus conceitos sociológicos.  Desta vez, o campeonato do mundo retomará a esperança e a motivação de consertar o Brasil, mas que perdemos a níveis incomensuráveis na última década, através do único poder que nos resta, o voto. 




De norte a sul, o brasileiro voltou às ruas, vinte e um anos depois, para protestar contra um governo corrupto.


Por acreditar nisso e não admitir torcer contra o time que representa o meu país, naquele que é ainda nosso maior orgulho - gostem ou não - somente por acharem que o futebol faz o brasileiro esquecer os problemas, como se depois da Copa, não fôssemos voltar a conviver com a mesma vida desgraçada de sempre, com a dura e covarde realidade.


Não. Não admito torcer contra o time que representa o meu país no maior e mais importante evento do planeta, para me sentir e ver o brasileiro ainda mais humilhado, privado daquilo que ainda representa sua honra e orgulho com propriedade: o futebol.


Além de toda diária privação que todos nós, sejam pobres, ricos, classe média; sejam brancos, negros, amarelos, mestiços, vermelhos, enfrentamos no dia-dia entre a miséria, as dificuldades, a escassez,  o medo, eu não admito torcer para que nos privem dessa alegria.



Desculpe, Edu Krieger. Mas nessa Copa eu torcerei ainda mais pelo Brasil. Mesmo para um time cheio de volantes, que tem apenas Neymar como representante da genialidade dos jogadores da nossa história. 




Edu Krieger: autor da música "Desculpa, Neymar."



Mesmo vendo a nossa Seleção Canarinho que encanta o mundo, sem o brilho do talento, cada vez mais escasso em nossos clubes, e por isso, fazendo apenas o óbvio, porque mal porcamente, conseguimos formar um time.


Nem assim(!), "jogando feio", eu torcerei para que algum outro país ganhe uma Copa do Mundo em pleno Maracanã. Afinal, a culpa não será da presidente, do governador, deputado e cia, e sim, de Neymar, Oscar, Fred...



Desculpe, Edu Krieger, foi graças a essa Copa que todo o povo conheceu a sangria de desvios bilionários do Governo Federal e seus asseclas, sejam dos outros poderes, das empresas privadas, empreiteiras, da imprensa, sejam da sociedade cívil organizada e manobradas por ele. 


Desculpe, intelectuais (ou pseudos) do Brasil, mas nessa Copa eu quero ver o povo brasileiro feliz, certa de que essa alegria deverá nos devolver a esperança e a motivação, perdidas, de consertar a nossa pátria mãe gentil. E não duvidem: só o futebol é capaz disto. Só.


Desculpe, intelectuais (ou pseudos) do Brasil: é tempo de Copa do Mundo. Sintam-se a vontade para comer caviar e beber champagne nas ruas de Nova Iorque... o país será nosso apenas por algumas semanas. Bendito, futebol!









E venha a COPA! Porque não, a culpa não será do futebol, nem de Neymar, Fred, Oscar e cia, nem minha por ser apaixonada por futebol e torcer pelo Brasil, se os mesmos que estão no poder, atores principais desse desvio astronômico de dinheiro (são mais de R$ 25 bilhões já gastos, quase o triplo que o governo da África do Sul usou do dinheiro de seu povo), continuarem no poder, em mais uma eleição.

Não será! 

E que venha a Copa!

BRASIL,SIL,SIL,SIL !



Abraços,
fraternalmente,
Crys Bruno.