sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Não há mágica.

Bruno, autor dos dois gols da vitória do Flu, em SC, cumprimenta seu goleiro, Cavalieri, que defendeu um pênalti.
Foto: Ulisses Job\LancePress

Oi, pessoal.


Há menos de dez dias atrás, os "comentaristas de rodada", não de futebol, cuja maioria povoa os canais de TV e Rádio, colocavam o São Paulo rebaixado e o Fluminense, quase rebaixado. Para eles, não há análise sobre qualidade técnica e poder de reação, simplesmente comentam o que a rodada "diz", sem qualquer antevisão ou visão.


Em nenhum momento, eles mencionaram, por exemplo, que o grupo do atual campeão brasileiro está acostumado a superar o calvário e a disputar títulos da mesma forma. Para quê, afinal, é mais fácil falar sobre os resultados, como engenheiros de obras prontas que costumam ser. Justifico quando eles precisam em segundos falar algo, comentar algo. Não somente a TV como o rádio exigem "palavras prontas" e a cartilha é a mesma. Mas, como torcedora (comum!), me queixo do óbvio jornalístico...Eles não saberem disso, é lamentável!


Vanderlei Luxemburgo sabia. Ele aceitou comandar um clube cuja boa parte da torcida o rejeitava porque sua análise sobre o elenco do Fluminense batia com uma análise menos injusta, limitada, quase cega da mídia. Assim, ele assumiu o Fluminense, atual campeão brasileiro, na zona de rebaixamento, em 17° lugar, ou melhor, entre os últimos. 


Após um mês de agosto com mais do dobro de jogos disputados em maio, junho e julho, como seu antecessor teve, Luxemburgo não hesitou em testar, modificar, ousar. Assim, embora a crise técnica mais a instabilidade estejam ainda predominantes, deu ao time um padrão de jogo que faltou em todo ano 2013, que Abel Braga igualmente tentou, mas não conseguiu (e isso não o diminui, acontece mesmo). 


O lateral direito Bruno comemora um dos seus dois gols, em Criciúma.
Foto: Eduardo Valente\ Agência Estado



Padrão de jogo ou liga que possibilita ao jogador recuperar sua parte técnica quando ele está em crise, afinal, quando a fase é boa, eles pouco precisam dos seus técnicos... Afinal, futebol é feito pelo jogador. Nós podemos até considerar a questão física, mas ela SOMENTE é importante QUANDO oferece ao jogador uma condição para mostrar sua técnica. Fato é que não importa o ano, a moda, o moderno: o futebol é feito pelo jogador!



Por isso, Luxemburgo não é um mágico, somente um treinador com excelente leitura de jogo e destemido (quisera ele ter se importado apenas com a montagem e arrumação dos seus times). Vanderlei "descobriu" meninos com potencial que seu antecessor não soube enxergar, usou o tempo, pouco, para realizar coletivos(fundamentais porque treina o time em campo inteiro), posicionando seu time. 




Foi assim que Luxa conseguiu dar padrão de jogo ao time. Os jogadores do Fluminense precisavam disso para superar a crise técnica, normal após grandes conquistas, porém, anormal, pelo longo tempo. Com os jogadores melhor posicionados em campo, ajudaria que, primeiro os erros não afetassem muito o time, para que, depois, como seus erros afetam menos, eles diminuíssem a auto pressão e a ansiedade, arriscando mais e retomando a confiança. Não, não há mágica, e sim um técnico certo, na hora certa. Resultado: o Fluminense não perde há cinco jogos, vencendo três e vivendo seu melhor momento na compatição.


Muricy, ídolo do São Paulo, acena para a arquibancada: bastou sua presença no clube.
Foto: Tom Dib

Não, igualmente, não houve mágica no São Paulo. Muricy Ramalho conquistou três títulos nacionais pelo tricolor paulista, recentemente. Amado e respeitado por todos ligados ao São Paulo, bastou sua presença para diminuir os buracos e arranhões da rachadura no elenco. 



Colocando as diferenças e desavenças em segundo plano por causa da presença do cultuado treinador, os jogadores se focaram mais no jogo e conseguiram uma incrível sequência de três vitórias, fazendo a qualidade se sobrepor aos problemas, afinal, é fato que um elenco que conta com Rogerio Ceni, Jádson, Ganso, Aloísio, Rafael Toloi, Osvaldo, Luis Fabiano, jogadores que seriam titulares na maioria dos times da série A, seja um elenco de qualidade.



É assim no futebol: não há mágica se não houver jogador. Os próprios treinadores, para justificaram trabalhos ruins, afirmam que não se faz "omelete sem ovos". Não se faz mesmo. Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho não salvariam o Náutico do rebaixamento. Assim, cada vez mais me convenço que técnico não faz diferença num time em boa fase individual dos seus principais jogadores, mas pode ser fundamental para sair da má fase. GUARDIOLA E JOSÉ MOURINHO QUE NOS DIGAM... Não acham?



Pessoal, apesar de uma agitada semana no Brasil e Europa, eu me desculpo pelo curto texto, porém, necessário nas duas próximas semanas. Agradeço sua compreensão.


Abraços,
fraternalmente,
Crys Bruno.


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