terça-feira, 15 de julho de 2014

Por fim, o Brasil.




Oi, pessoal.


"Foi magnífico!", exclamou o repórter da BBC, ao se despedir com a última matéria sobre a Copa do Mundo, no tradicional jornal do meio-dia da segunda-feira. "- É, sem dúvida, a atmosfera mais amigável que já se viu numa Copa do Mundo", disparou Gary Lineker, artilheiro da Copa de 86, na transmissão da final.


Não foram poucos os elogios à hospitalidade e a alegria dos brasileiros e a satisfação de estarem no "país do futebol", fazendo os programas esportivos de bermuda, em plena praia de Copacabana. A surpresa foi ver tanta pobreza nas inúmeras visitas as favelas, especialmente, no Rio de Janeiro. 


Os problemas de infra-estrutura, com estádios inacabados, e serviços, em vários jogos faltaram alimentação, bebida e troco, ainda no intervalo, não foram esquecidos mas foram pouco mencionados. Motivo: os brasileiros. Foi a impressão que tive, aqui, na Inglaterra, onde acompanhei tanto a Copa de 2010, da África, quanto "a nossa."



Algumas imagens de torcedores do mundo todo, inclusive "os rivais" argentinos, curtindo e brincando na Copa.


Em 2010, o tom da TV Inglesa foi bastante crítico com a organização. Furtos nos hotéis e ingressos doados as pessoas para que o jogo não ficasse completamente vazio eram diariamente mencionados. Já com o Brasil, não. Pelo contrário. Não teve um dia em que eles não comentasse, maravilhados, a relação de paixão e alegria do brasileiro com o futebol.



Não pelos elogios em si, mas pelo dever cumprido. Era nosso dever iluminar. Somos o coração do mundo. E num momento histórico em que a violência, a corrupção e a criminalidade nos comandam, mandam e desmandam, o maior legado da Copa foi o reencontro do brasileiro com o brasileiro. Somos ainda, sim, o que sempre fomos: um povo do bem.


Parabéns e obrigada, meus compatriotas! 


MAS, NO CAMPO....O MAIOR FIASCO DA HISTÓRIA.





Uma pena que, no campo, a Seleção Brasileira protagonizou o maior fiasco já visto na história do futebol. Como eu escrevi nos últimos dias, o Brasil jogou a Copa como se carregasse um fardo insuportável. E até os que se salvaram tecnicamente, como Thiago Silva, mostraram um descontrole emocional completo. Primeiro, de comover; depois, de assombrar.



Um time com um sistema de jogo previsível, imóvel, tosco.  Um time sem nenhum talento no meio-campo, cheios de volantes que só marcam e mesmo assim, marcam mal, já que o meia ofensivo, Oscar, foi quem mais desarmou. Um time de Felipão: além de ter mais jogadores defensivos que ofensivos, estes últimos voltam na defesa para marcar. Um time pequeno. Assim foi o Brasil.



Bem, como falar da Seleção Brasileira tem doído, vou dizer apenas o que espero e torço, torço muito para que responsáveis consigam resgastar o futebol brasileiro "antigo", ou seja, o futebol que a Espanha copiou, de acordo com declarações de um dos seus principais e mais vitoriosos treinadores, Pep Guardiola. 


Scolari mostra seus números após vexame de 7x1: uma geração de técnicos ultrapassada.



O estilo de jogo brasileiro não tem nada a ver com o alemão. Nem nunca terá. E não há problema nisso. Não tem nada que ficar copiando nada! Não enlouqueçam! A Alemanha, segundo declarou um dos gestores dessa melhora, Paul Breitner, copiou o futebol do Barcelona. O futebol do Barcelona!! Aquele mesmo que seu treinador, Guardiola, declarou que se inspirava no futebol brasileiro "antigo". Então, não temos que imitar ninguém. Nós temos apenas que resgastar o que sempre fomos: o nosso toque de bola e habilidade individual.



Os alemães demoraram 10 anos para montar um time com todos os jogadores sabendo dar um passe, se deslocar, tocar de primeira, enfim, deram mais recurso técnico ao atleta. Não podiam mais ter craques como Ballack, jogando ao lado de maioria muito limitada, sem bom passe e dinamismo. Como futebol é coisa séria, não se brinca com paixão, eles se mobilizaram nesse sentido de melhorar tecnicamente seus jogadores naturalmente duros.


O Brasil não precisa desse trabalhão todo. É da nossa natureza latina o jeito para a habilidade com a bola. O trabalho da nossa parte será apenas, que seja pelo menos esse, da mudança de foco e valoração nas divisões de base, na formação de jogadores e nos times profissionais. Resumidamente, eu "ouso", com base na minha paixão e admiração por nosso futebol, sugerir:


- como por conta da violência e a tecnologia as crianças não jogam mais futebol na rua, onde historicamente desenvolvia a habilidade, nós não podemos ter professores de educação física nas escolinhas e na base, sem um ex-jogador para orientar o treino técnico.


- ter treino técnico. Futebol é uma arte. Quem quiser ser jogador, precisa aprender as técnicas do jogo, como o domínio de bola, o passe, o cabeceio, os deslocamentos, enfim, os fundamentos do futebol. Para isso, não se pode ter SÓ um professor de educação física que nunca jogou futebol ensinando os meninos. É como pedir um dentista que ensine piano. 


Ex-jogadores Narciso e Fernando Diniz são exemplos de bom trabalho na formação de jogadores.
O futebol brasileiro precisa de mais boleiros e menos marketeiros.



 - parar de elogiar, justificar e aceitar que nossos técnicos entupam nossos times de jogadores limitados. Mesmo se escolherem a retranca, jogar com quem sabe jogar bola é o mínimo que nos cabe exigir como torcedores, sócios e consumidores de futebol. E como a Copa mostrou na cara, futebol é muito simples: se seu time tem qualidade ou é grande, ataque; se seu time não tem qualidade ou não é grande, defenda. Se seu time não fica a dever nada a ninguém, cobre um futebol ofensivo. Até a Austrália atacou a Holanda! 


Ou resgatamos os nossos camisas 8 ( jogador de meio campo que saiba dar um passe frontal, armar, criar, como tivemos um Gerson, o Sócrates, o Delei, Zenon) e os camisas 10 (o ponta-de-lança, que arma como o 8 e também finaliza, define como um atacante) na base e no profissional, já(!) ou nada vai mudar nem adiantar nada e perderemos de vez, nos próximos dez anos, um dos nossos maiores e poucos orgulhos...


Tite deve ser o novo técnico do Brasil.
Mesma linha de Felipão e Parreira.



POR FIM MAS NÃO MENOS IMPORTANTE... 


Técnico estrangeiro só se for com perfil de jogo do futebol brasileiro "antigo". Guardiola, Bielsa, Perkeman são alguns nomes que me agradariam. É hora de baixar a crista e deixá-los reencontrar nossos camisas 8 e 10 que essa geração de treinadores brasileiros detesta. No entanto, eu acho difícil que a soberba das pessoas do nosso futebol aceite receber ordem de um técnico estrangeiro.

O fundamental então é ser alguém que busque o craque. Onde estão o Xavi, o Schweisteiger e o Pirlo brasileiros?! Onde estão? Cadê eles? Vêm! Voltem! Calcem as chuteiras! Mesmo nossos técnicos os detestando, os gramados brasileiros clamam por vocês! 

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E AMANHÃ JÁ TEM FLUZÃO! OBA!

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Abraços,
fraternalmente,
Crys Bruno.


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