terça-feira, 30 de setembro de 2014

A nova revolução do futebol.


Jorge Mendes é um dos mais influentes agentes do mundo da bola: UEFA entra na luta contra eles.


Oi, pessoal.


Após a grande vitória do Fluminense sobre o São Paulo em pleno Morumbi - sempre que Conca e Wagner estão bem, jogamos bem - a grande notícia dos últimos dias para o mundo do futebol vem da FIFA. Na última sexta-feira, dia 26, a entidade maior do futebol anunciou a proibição de terceiros como donos dos direitos econômicos do jogador de futebol.


Com isso, o jogador do seu time não será mais do Wagner Ribeiro nem do Eduardo Uram, menos ainda de um grupo de investidores com nomes como 9INE. Após o caso Bosman que deliberou o fim do passe pertencente ao clube, mas que ao longo dos anos permitiu que o jogador fosse "escravizado" por esses terceiros, a nova norma será um novo divisor de águas no futebol, uma nova revolução. Espera-se.


A rápida decisão da FIFA decorreu, primeiro, da divulgação de uma investigação da INTERPOL que ligou grupos de investidores ligados ao futebol com crimes como evasão de divisas e lavagem de dinheiro, depois, a pressão e atitude da UEFA, que, segunda-feira última anunciou implementar a mesma norma, após investigações que envolveram o agente Jorge Mendes (foto acima), "dono" de jogadores como Cristiano Ronaldo, Di Maria, Falcão Garcia e técnicos como Mourinho, além do chefe executivo do Chelsea, um dos donos da UMBRO, Peter Kenyon.


Peter Kenyon: chefe do Chelsea e da Umbro


Documentos da INTERPOL que o jornal britânico The Guardian teve acesso, indicam que Jorge Mendes levantou 100 milhões de libras da "Jersey Fund" (Grupo de investidores) para a compra de direitos econômicos de vários jogadores. Peter Kenyon pode ter usado da mesma prática. E esse montante não é declarado no imposto o que é ilegal.


Já sofrendo tórrida pressão acerca das acusações de que recebeu propina para nomear o Catar sede da Copa de 2022 e já com escândalos envolvendo compra de árbitros e manipulação de resultados de gente envolvida com essas casas de apostas, a FIFA tratou de se antecipar à UEFA e anunciar a proibição.


Só falta definir o tempo que a entidade dará para que os clubes e jogadores (e seus donos) desfaçam as negociatas. Segundo o diretor da FIFA, Jerome Valcke, o período de transição deverá ficar entre 3 à 4 anos.


E ATENÇÃO! ISSO CAIRÁ COMO UMA BOMBA EM NOSSOS CLUBES! Para que tenhamos uma idéia, 80% dos jogadores que disputam o Brasileirão têm agentes (ou grupos) donos de seus direitos econômicos (nome técnico ou apelido do passe).


Wagner Ribeiro: um dos mais influentes agentes do Brasil.



Mas o pior não é isso: esses agentes são agiotas de muitos de nossos famigerados clubes, ajudam no pagamento de contas, e com isso, "escalam" seus jogadores no time e vendem para onde for para o retorno que chega a ser de 500% do que "investiu no atleta" se faça. Isso é conclusão do estudo da FIFA que afirma: "o clube fica preso num ciclo vicioso de dívida e dependência".


Com esse tempo, justo, dado pela entidade, ou essa gente (esses cafetões) descobrirá um contrato de gaveta ou terá que correr e vender os direitos desses atletas para não ficarem no prejuízo ou o que esperar mais ? Dinheiro que nossos clubes não têm. Como eles irão se safar? Estarão os jogadores livres deles mas, e os clubes?  A conferir.


Além de sobreviver SÓ com um trabalho de QUALIDADE TÉCNICA nas divisões de base, o Brasil deverá repaginar sua legislação. O clube precisa de dinheiro, de fluxo e influxo, sem patrocínios e sem esses cafetões, surgirá a chance ÚNICA de deliberar sobre o caráter de empresa que nossos clubes precisam ter para pensar em sobreviver com dignidade e autonomia.


Assim, o dinheiro limpo dos investidores passa a ser para o clube, como na Inglaterra, o que passa a ser bom para o jogador que terá um empregador fortalecido e independente para escolher as pessoas.


Caso contrário, outros serão os cafetões... de repente uma Caixa da vida, com o dinheiro do povo e o populismo do governante para limitar a força de expansão e desenvolvimento dos clubes, quando apostarão mais nos de massa. Se seu clube não é de massa, como o meu, orai!


Abraços,
fraternalmente,
Crys Bruno.

2 comentários:

  1. Perfeito. Teremos o "segundo" caso Bosman? Os jogadores se livraram do passe ...mas ficaram atrelados aos direitos federativos. Dará certo agora? Os clubes é que "herdarão" os direitos federativos? A conferir! ST!

    ResponderExcluir
  2. Não há possibilidade dos clubes herdarem os direitos económicos. Mas os clubes brasileiros deverão poder ser entidades com fins lucrativos para ficarem no mesmo patamar de concorrência com outros clubes sul americanos europeus asiático na disputa para ser alvo dos investimentos que ao saírem do jogador , poderá ter o clube como destino.

    ResponderExcluir