sexta-feira, 30 de março de 2012

Não é apenas sorte, não, Paulo Julio Clement.


Rafael Sóbis: um dos mais decisivos, decidiu ontem na vitória do Fluzão.
     



   Paulo Julio Clement tem passagens pelo Jornal dos Sports, O Dia e Jornal do Brasil e O Globo sendo editor-chefe de esportes. Entre 1994 e 2001 foi responsável pela coluna Panorama Esportivo. Trabalhou também no Sistema Globo de Rádio. Entre 2005 e 2007 foi assessor de imprensa do jogador Ronaldo Fenômeno e da Seleção Brasileira.  Atualmente está na Fox Sports do Brasil como comentarista.

    Ontem o renomado P.J. foi muito bem em seu trabalho  na transmissão do jogo Zamora (Ven) x Fluminense, pela Libertadores. Falou coisas que não vejo nem ouço mais nas transmissões de futebol na TV brasileira: criticar substituições, postura, etc. Criticar não é cornetar, é exigir um melhor espetáculo. Não cobramos do Íbis. Mas temos que cobrar do Fluminense, de um São Paulo, de um Grêmio... Como não?! Acostumada ultimamente aos comentários politicamente corretos - ou politicamente sócios e amigos - dos canais da Globo, que o mesmo PJ conhece bem, me trouxe uma boa surpresa sua enfática presença na transmissão de ontem. Exigir um melhor espetáculo é obrigação de quem ama o esporte e a arte. Caso contrário, podemos perdê-los. Como diria Winston Churchill: mais vale uma crítica do que mil elogios; assim, mais vale um torcedor exigente do que 1 milhão de bobos do "oba-oba". 

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FLUZÃO 100% E A DECO-DEPENDÊNCIA 

     Apenas uma observação do supracitado jornalista, eu ouso discordar. Ele afirmou categoricamente que o Fluminense tem vencido na sorte. Discordo. É a mais pura verdade que o Fluminense não tem feito boas apresentações, com exceções aos dois jogos falados, Vasco e Boca Jrs. Mas não é verdade que tem ganho contando com a sorte. Definitivamente, contando meus mais de vinte anos acompanhando assiduamente o futebol, cheguei a conclusão, embora não imutável, de que não existe sorte no futebol; e sim, competência. 

    O Fluminense erra muitos passes, joga mal, Abel, não raro, escala mal, mexe pior ainda, e aí está o Fluminense 100% na Libertadores, já classificado, campeão do primeiro turno, já na final do Carioca. Sorte?! Claro que não! Quanto a mim, é qualidade mesmo! Porque uma hora, num lance, um desses jogadores vai acertar uma jogada e decidir o jogo. Tem sido assim. Foi assim ontem. Quando é com o time reserva, fica mais difícil, e perde-se o jogo, não a "sorte", quando perde-se, como já aconteceu 3 vezes no Carioca, para os ditos pequenos. E ontem foi a vez de Rafael Sobis. E como foi bonito ver a comemoração: os caras se abraçando, brincando, vibrando juntos. Outra razão para o sucesso do Fluminense, e em termos de administrar o ambiente e comandar um grupo, pontos para Abel, 100%!

    Sobre os jogos citados como os melhores da temporada do TRICOLOR um fator comum me chama atenção, porque foram justamente nesses dois jogos que Deco só faltou fazer chover! Quando isso acontece, tendo com ele Wellington Nem, Thiago Neves, Rafael Sobis, Fred... Não tem para ninguém! Se bobear, nem para o Santos de Ganso & Neymar. E olha que ainda não vemos TN e Fred em boa forma física, o que compromete na técnica. Quando seu time é técnico, é natural o entrosamento demorar para se encaixar, porque são jogadas mais trabalhadas e não aquela mesmice de bola para o lateral que cruza! 


    Com relação a Deco mais ainda, porque Deco é um daqueles jogadores que pensa, organiza, cadencia, acelera, improvisa no jogo. O problema é quando ele não está bem e escolhe a pior maneira de cadenciar, como a meu ver fez ontem: tocando para os lados e para trás. Assim sendo, tocando para os laterais e os zagueiros. Estes não sendo Daniel Alves, Marcelo, Abidal, Ricardo Carvalho, não vão saber trocar passes... E, a meu gosto, nada é mais ridículo e irritante do que jogadores mediano e apenas esforçados, jogando com a pose de um craque! Muitas vezes, foi igualmente assim ontem. De matar!


    POR FIM... Não tem sido o Fluminense um time encantador (ainda), mas também não é esse "lixo" que vence na sorte, mas sim, sobretudo, na capacidade de decisão de alguns dos seus jogadores. Parabéns! Não está tão bom, mas está bom ainda assim!

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Abraços,
da arquibancada do FutFan, 
vestida de verde, branco e grená,
Crys Bruno.

     



     

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