quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Lágrimas

Elias marca na estupenda vitória do Botafogo sobre o Atlético-PR: 4x0.
Foto: Botafogo Oficial
Montagem: Crys Bruno.

O CHORO DE ELIAS

E de repente você consegue se tornar um jogador profissional de futebol...

E de repente o primeiro grande clube é o Botofogo...

E de repente você faz parte do time que faz a melhor campanha do Botafogo há quase vinte anos...

E de repente, nas rodadas finais, por conta de uma derrota para o Internacional, em Porto Alegre, você é recebido à ovadas por "seu torcedor"...

Então, após ser campeão carioca com folga e realizar um campeonato brasileiro SEMPRE entre os primeiros, o público do Maracanã, para o jogo contra um adversário direto e difícil, na luta por uma vaga na Libertadores, "INSONHÁVEL" para qualquer alvinegro, não chega a quinze mil pagantes, enquanto Vasco e Fluminense, que disputam para não ser rebaixados, colocam 50 e 40 mil, respectivamente.

E de repente você descobre que o a torcida do Botafogo não merece ser tratada como torcida de um clube grande... E chora.

"Assinado: Elias."


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O CHORO DO ROBERTO

Roberto, goleiro da Ponte Preta: vitória no Morumbazo.
Foto: Ivan Pacheco.


- Trabalhei muito para estar aqui. Só eu sei o que passei para estar aqui , foi assim que o goleiro da Ponte Preta, o ex-jogador vascaíno, Roberto, explicou seu choro emocionado entre a dor física e a frustração de desfalcar a sua equipe no próximo jogo, de volta, pela semi-final da Sul-Americana.


"- Vai ter que dar, nem penso nessa possibilidade. Vai ter que dar", concluiu o goleiro, ainda no gramado do Morumbi, logo após o apito final da épica vitória de 3 a 1 sobre o São Paulo, à Fox Sports.


Eu não podia deixar de comentar esses dois momentos, em poucos dias, no auge da era em que muitas vezes, nós, torcedores, somos ingratos e muito críticos cm os jogadores profissionais, a quem costumamos afirmar, não raro, que sejam mercenários, que não tem amor ao clube, e etc. 

Em parte, "o não ter amor ao clube" é muito correto, no entanto, credito hoje isso a própria degradação administrativo do mesmo e não ao jogador. 


A questão de chamar de mercenário considero grave. Muito mais nossa pequenez do que uma realidade, já que esses profissionais trabalham pela mesma finalidade que a nossa: o auto-sustento, o pagamento das contas, pôr comida em casa... 


Assim, nesse sentido, o que vejo mais é o jogador tendo que conviver com as mentiras dos nossos dirigentes, com os grilhões das táticas dos treinadores e a soberba da preparação física que os tratam feito máquinas, dependentes do trabalho dos agentes e empresários para ter um emprego, um clube, para que se abra uma porta.

As lágrimas de Elias e Roberto me disseram muito. Senti-me tocada. 

Desejo sorte aos dois, pronta recuperação ao Roberto e uma torcida de clube grande para Elias.

Abraços, pessoal

Fraternalmente,
Crys Bruno. 

OBS: O Uruguai vem aí e o bicho vai pegar! (#prontofalei! rs).




6 comentários:

  1. É fato Crys que não vivemos mais dita "romântica" do futebol, onde os craques eram confundidos com as cores dos seus clubes e era tido quase que como um "crime" trocar de lado e vestir a camisa de um rival, especialmente na mesma cidade. Inimaginável pensar em Ademir da Guia suar uma camisa corintiana, ou do Pelé trajar a camisa do Palestra Itália, e tantos outros exemplos que tivemos nos anos 60, 70 e até meados de 80. Essa identificação apaixonada é da época em que as bilheterias dos estádios eram a principal e às vezes a única fonte de renda dos Clubes para pagar salários dos jogadores e outras despesas, lembro-me por exemplo, perto do Zico sair para a Udinese-ITA, torcedores do flamengo fazendo espécie de "vaquinha" numa tentativa apaixonada de atingir o salário oferecido pelo clube italiano. De lá pra cá, tudo mudou, o futebol se tornou um imenso negócio, movimenta bilhões, está inserido em TV, internet e todos os meios possíveis de marketing e comércio. Por isso não há mais tais identificações entre clubes e torcedores, é pagou levou, é a Lei do Capitalismo, isso faz com que exemplos como desses dois jogadores citados no seu post sejam cada vez mais raros, por isso, dignos de nossa atenção. Aproveito para trazer para nosso Flu....olha o Fred, identificado com a torcida, ganhou títulos importantes no Clube, tem salários pagos em dia, chegou à seleção pra ser titular e usar a 9 na Copa...e fontes seguras afirmam que ele está em negociata com o Cruzeiro. Claro, não sou maluco de julgar nosso capitão, até porquê essa mídia podre planta informação mentirosa a todo tempo, mas lhe digo Crys, se isso estiver acontecendo, a única explicação que eu teria, seria a paixão do Fred pelas cores do Cruzeiro!

    Parabéns mais uma vez pelo seu post! Abraço!

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  2. Oi, Theo, querido. Obrigada pela leitura e o comentário super importante.
    Olha, eu entendo sua opinião e concordo com ela, sim, mas permita-me um adendo: o Real Madrid quis tirar Messi do Barcelona, Messi nem conversou. Van Persie passou 7, 8 anos no Arsenal e é tratado feito judas pela torcida dos Gunners, a ponto do André Santos ter sido "expulso" do clube pq foi trocar camisa com os ex-colega num Manchester x Arsenal. Enfim, ainda há a ligação jogador com clube, e não vejo tão raro isso, em locais onde o empresário do jogador é tão somente empresário. e não "dono". Concordo que o boom industrial e financeiro do esporte nos deixa a sensação do fim desse romance rs mas sinceramente, ultimamente, eu tenho reparado, Theo, que em locais onde há equilíbrio financeiro nos clubes, ao contrário do Brasil, infelizmente, é ainda comum a identificação jogador\clube.
    Posso estar euzinha sendo romantica demais, mas...rs



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    1. Entendo seu ponto de vista Crys, e concordo. Mas assim, para todos os casos que você citou uniu-se o útil ao agradável, ou seja, o jogador geralmente cria do próprio Clube ou torcedor dele, encontra naquele local além do excelente aporte financeiro uma estrutura voltada pra ele, com excelência em tudo. Muito bom exemplo esse citado do Messi, veja bem, ele já tem tudo que precisa financeiramente, é arqui-milionário, tem contrato extenso e com plena possibilidade de encerrar a carreira no clube, foi eleito N vezes o melhor do mundo, ganha quase tudo que disputa....qual o motivo o levaria a sair dessa zona de conforto? Agora assim, realmente o choro do Elias e o do goleiro Roberto, além de me parecer algo muito sincero, foi também um desabafo pelas faltas de condições que os 2 Clubes impuseram e, ainda assim eles conseguiram tirar leite de pedra com resultados significantes.

      Antes que eu me esqueça, sou seu fã Crys, rsrsrsr, desde 2007. :)

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    2. Eu tb sou sua fã, Theo. E já tem esse tempão, não é? Maior barato esse internet! rs

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  3. Crys

    Sempre encarei os jogadores atuais como profissionais do futebol. O que antes era um esporte lúdico, tempo de Pelé e Garrincha, onde os jogadores se eternizavam nos seus clubes de coração, veio a se tornar um business onde milhões estão em jogo e onde atuam "profissionais" que só visam ao lucro. Só o torcedor é que não ganha dinheiro...só gasta com camisas, ingressos etc.

    Sempre olhei o lado humano desses jogadores que um dia estão no Céu e no outro no Inferno...dependendo do resultado das partidas. Por isso não critico tão veementemente jogadores e técnicos pois se o futebol para nós torcedores é paixão...para eles é uma profissão que acaba rápido.

    Ah e sou seu fã desde 2009...rs

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    1. Oi queridão, pois é... a gente tem que equilibrar as coisas, e isso é dificil mesmo pq como sabemos, somos paixão e esse sentimento está longe, longe da moderação rs
      ST4!
      E eu preciso dizer que sou sua fã tb? Que rasgação de seda boa, gente! rs

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