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Meu encontro com André Moritz: o ex-jogador tricolor tornou-se ídolo do Fluminense por marcar um gol salvador, em 2006. |
Oi, pessoal.
Dezembro descortina o fim de mais um ano em nossas vidas. Diante do susto da sensação do tempo, que tem voado, natural que façamos uma retrospectiva do que aconteceu. Funciona assim com muitos de nós. Funciona assim comigo.
Em 2013, continuei recebendo grandes presentes da vida. Um deles, sem dúvida, o encontro com o ex-jogador do Fluminense, André Moritz. Momento que guardei para relatar exatamente nesses dias reflexivos e festivos de dezembro, quando, do futebol brasileiro, estamos de "férias".
Assim, diante dessa difícil semana para todos nós, tricolores, dias antes da luta final, na Bahia, do mesmo drama vivido sete anos atrás, quando um gol salvador de Moritz nos ajudou de forma determinante para que evitássemos o rebaixamento, eu decidi registrar a beleza e força desse encontro verde, branco e grená, como forma de nos confortar e inspirar.
E por mais angustiantes que sejam esses dias, eu duvido que não nos conforte e inspire... um pouquinho que seja.
Senhoras, Senhores, com vocês, o herói de 2006, André Moritz!
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UM GOL E UMA NOITE PARA SEMPRE
Aquela deveria ser apenas mais uma terça-feira de
aconchegante calor num comemorado verão londrino: céu azul, sem dispensar as
nuvens, claro (risos). Deveria, mas não foi.
Nunca mais me esquecerei da emoção que a noite de 23 de julho de
2013 me proporcionou.
Pela
primeira vez, eu iria conhecer e conversar com um jogador profissional de
futebol, o que por si só, seria cativante. A vida me reservou algo ainda mais especial: conhecer um ex-jogador e ídolo do Fluminense(!), por ser o Fluminense o seu clube de menino
e pelo gol salvador de 2006, sobre o Santa Cruz, no Arruda.
Relembre essa emoção daquele gol do alívio contra o rebaixamento:
Não preciso
dizer que aquela foi uma das noites mais
sensacionais que eu já vivi e devo isso a André Moritz. Autor daquele gol e daquela noite, um gol e uma noite para sempre.
Aquelas cinco horas figurarão nos melhores momentos da minha vida. Afirmo isso com emoção singela, sem qualquer pitada da cegueira e exagero que a paixão pelo futebol e clubística nos causa. Não. Com emoção singela e tranquila, eu posso afirmar, definitivamente, que aquela se tornou uma noite para sempre.
Aquelas cinco horas figurarão nos melhores momentos da minha vida. Afirmo isso com emoção singela, sem qualquer pitada da cegueira e exagero que a paixão pelo futebol e clubística nos causa. Não. Com emoção singela e tranquila, eu posso afirmar, definitivamente, que aquela se tornou uma noite para sempre.
Até às
19h08min, quando o interfone disparou, eu ainda me beliscava: “- Esse “cara” não
pode ser tão maluco assim?! Vir me ver?! Desperdiçar assim uma noite em Londres
?!”. Enquanto eu tentava me preparar para o cancelamento do encontro, ao toque
do interfone, descobria e exclamava: "- Que maluco!..."
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OITO MESES ANTES
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OITO MESES ANTES
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Moritz acena para a torcida do Crystal Palace: acesso à Premier League em triunfo no Wembley. Foto: Arquivo Pessoal\André Moritz. |
Era ano
novo. O primeiro dia de 2013 despontara. Naquela tarde, o certo cansaço da
noite anterior me fez ligar a TV( coisa rara), e buscar algum filme ou jogo. Os filmes, nesse período, costumam ser bem
selecionados, mas já havia assistido a todos os "melhorzinhos"...
Fui para a
parte dos esportes... e aquela coisa de misturar outros esportes com o futebol
para atrair seu público a outras chatices, me fez passar em dezenas de canais, em vão, até descobrir que transmitiam a Championship, no Brasil, achando uma peleja que se realizava em Londres, cidade que adotei carinhosamente. O jogo? Crystal Palace x
Wolves.
Não demorou
e o canal de TV focou no jogador da camisa 30 e meus olhos ficaram surpresos: adivinhem só quem estava em
campo marcando um golaço de falta? André
Moritz! Aquele mesmo rapaz de 19 anos, que teve uma passagem promissora pelo Fluminense, nos ajudando muito em 2006, mas que, estranhamente, o clube não aproveitou e havia “sumido”!
Assista o lindo gol de falta do tricolor Moritz para o Palace:
Ao
identificá-lo em campo, com a bendita internet,
procurei notícias dele. Moritz,
sem chances no Flu, aceitou ser transferido para o futebol turco, onde atuou
por todos esses anos, até vir para o time londrino, o tradicional Crystal Palace.
Entrei em
contato com ele através de uma rede social...
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Fotos: Reprodução\Internet Montagem: Crys Bruno. |
Solícito e
educado, aquele rapaz, autor de gol salvador, em 2006, era agora um jogador
profissional formado, estabilizado e bem-sucedido: confirmando as expectativas de quem apostou
no seu futebol, como muitos de nós, torcedores do Fluminense.
André aceitou
me conceder uma entrevista. Marcamos um encontro na capital inglesa, mas por
conta de um imprevisto, cancelamos. Ainda assim, eu escrevi sobre ele no querido e saudoso Fluminense & Etc. Ainda assim, fiquei devendo a ele um jantar; e ele, um
autógrafo para mim. (risos).
Os meses seguiam e Moritz continuava sendo determinante para o sucesso da campanha do
Crystal Palace, que voltou à primeira divisão, com ele.
O
pré-contrato estava acordado, mas quando retornou das férias, o então treinador
do clube, Ian Holloway, propôs alterações no que já havia sido combinado, no entanto, André recusou o desrespeito, deixando o clube e abdicando da chance de jogar uma
Premier League, campeonato de maior audiência no mundo.
Assista abaixo o bonito gol (o terceiro) marcado há duas semanas, já com a camisa do Bolton:
Era o mesmo Moritz... a mesma personalidade forte que reconhecemos quando ele ainda contava seus 19 anos e vestia a camisa mais bonita do mundo.
Abrindo mão da primeira
divisão, aceitou a proposta do Bolton Wanderers, tradicional e forte clube da
Grande Manchester. MAS... antes da sua mudança de Londres para a importante cidade do norte inglês, ele veio me “pagar
a dívida”...
Dias atrás o lance que deixou a Inglaterra boquiaberta: um deslumbre.
Não viu ainda a "rabona trick pass" dele? risos. Vê aí:
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NOITE DE 23
DE JULHO DE 2013: TATUADO EM MINHA ETERNIDADE.
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Eu e meu cunhado, Claudio, tricolor apaixonado, entre Moritz e Tássio: Uma noite para sempre no coração. |
Lá estava André Moritz, junto com o amigo, Tássio, ex-jogador do Figueirense e Volta Redonda (que ainda esse mês compartilharei com todos uma entrevista, em papo recente que tivemos).
Lá estava o autor daquele gol de 2006, nos minutos finais da partida, que me fez explodir de alegria diante do alívio que seu gol proporcionou contra o rebaixamento. No jogo seguinte, o Fluminense confirmou sua permanência porque jogava mais tranquilo e confiante, fortalecendo o elenco, que contava com ele ainda, para a conquista da Copa do Brasil, em 2007.
Aqui esteve André Moritz... para fazer de uma noite, uma das mais felizes e inesquecíveis de toda minha vida.
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"DÍVIDA" PAGA!
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"Dívida" paga que vale como um troféu. Foto: Crys Bruno. |
Aquelas horas foram cinco
horas de uma aula de futebol e de vida. Falamos do seu Avaí, a passagem pelo
Internacional (RS) e a emoção de vestir a camisa do Fluminense, jogar no Maracanã, viver no Rio de Janeiro...
Falamos dos
amigos, das dificuldades, injustiças, das melhores emoções, dos empresários, clubes, dos técnicos...Falamos sobre o atual mundo do futebol.
Sim, sua
história de vida na Turquia foi detalhadamente comentada. Situações inusitadas
como jogar numa cidade fronteiriça com graves problemas com os curdos, quando viveu num ambiente de guerra e, ao entrar em campo, perceber a presença de dezenas de atiradores de elite por toda marquize do estádio.
Confira lances e gols do meia-atacante em sua passagem na Turquia:
Apesar dos apertos, André demonstra carinho
pelo lugar “ que me possibilitou viver do futebol”. O ex-jogador tricolor
sustenta o símbolo da bandeira turca tatuada no braço: “- Gratidão. Fui muito bem recebido por lá. Em
1 ano, eu já falava turco e era capitão do time.”
Gratidão...
o mesmo sentimento que tatuei em minha eternidade por ter ganho de sua presença querida, àquela noite inesquecível. Que a
vida lhe retribua em dobro, por todo sempre, a realização e alegria que você me
proporcionou. Muito obrigada, André Moritz.
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Abraços, pessoal.
Fraternalmente,
Crys Bruno.
Ok, Gracinha!
ResponderExcluirGol histórico em 2006.
Aliás, lembra até físicaNense o M7, que fluzilou show em 2009 ante COXINHA, (que rebaixaremos de novo! next sunday)
Agora, tratar MORITZ e/ou MARQUINHO por ÍDOLO, é demais.
Oi, respeito sua opinião. Mas concordo com relação ao Marquinho, que é um jogador medíocre. Quanto ao Moritz, rechaço.
ExcluirNão sei qual sua definição de ídolo. Quanto a minha, é um jogador com talento, importância e identificação com o clube unida as atitudes fora de campo.
Se ele não teve uma história no Fluminense foi pq não quiseram, o que não faça dele um ídolo. Ou você realmente acha que a atitude de vir à casa de uma "Maria Ninguém" só pq é Fluminense, como ele, e pelo gol de 2006, não seja atitude de ídolo? Eu acho que é. E o considero como ídolo, sim. Bola e atitude de ídolos, ele tem.
Obrigada pela presença.
ST
Querida Crys, que bacana que você conseguiu essa entrevista com o Moritz, que
ResponderExcluirinfelizmente, pouco atuou em nosso querido clube.
Nas primeiras vezes em que o vi, dando entrevistas, logo percebi que não era só um
bom jogador, mas sim, um cara diferenciado, bem articulado.
Sobre o jogo da Bahia: estou com uma instituição, que o "Moritz" da vez, será o
Sóbis, que está devendo um pouco.
Aquele abraço! Força sempre!
ST
Oi, Maturana. Que bom que gostou! Moritz é exatamente o cara que a gente apostava que iria ser: muito bom jogador, além de bem articulado e personalidade firme. Mas, particularmente, o gesto de gentileza dele comigo foi algo tão grandioso, que só se compara ao de vocês que vêm aqui me ler rsrs
ExcluirST!
Crys, depois de ler que foi a primeira vez que você falou com um jogador profissional, imaginei como deve ter sido emocionante pra você. Mas também pensei em como deve ter sido legal pra ele conversar com você, uma apaixonada pelo Flu (e por futebol). Detalhe: em outro país.
ResponderExcluirDigo isso porque se pra você a visita dele será inesquecível (e não é pra menos), pro cara certamente foi uma experiência pra vida toda falar dos seus feitos de forma tão cordial. Fantástico.
Fico feliz por você ter conhecido o "herói de 2006" e transmitido pra gente toda a emoção do encontro numa leitura tão deliciosa.
Grande beijo e ST.
Ízio, querido, Ízio, só você! rs O espírito de gentileza, tão raro e parte somente das grandes personalidades, eu encontro sempre entre os torcedores do Fluminense, como vc e ele, Moritz. rs
ExcluirCrys, o vídeo sobre suas atuações na Turquia mostra que ele é um excelente armador, com passes certeiros e uma baita visão de jogo.
ResponderExcluirAlém disso, parece ser um homem de caráter e bota o gatinho da TT no chinelo rsrsrs
Posso imaginar sua emoção.
Bjs
Oi, Lili! É, sim, um excelente jogador. E é sim um THOR! rs Mas o gesto dele é que foi de uma beleza inesgotável rs.
ExcluirOi Crys
ResponderExcluirMuito bom o seu faro jornalístico e de gratidão que resultou nessa entrevista emocionante. Imagino a sua emoção ao rever, na sua casa, o seu idolo de 2006 e um autógrafo carinhoso na sua agenda, Digo isso porque o Assis, o Carrasco, ao assinar aquele livro dos 102 anos do FLU me deixou emocionado também. E a primeira vez que encontrei o Romerito, idolo eterno?? Agora nos encontramos sempre nas Laranjeiras...rsrsrsrs
Grande abraço tricolor.
Oi queridão! Puxa, vc sabe o que eu senti. Rs
ResponderExcluirMuito bacana não é ? Têm jogadores que não passam, ficam mesmo. Rs
Sem palavras, você disse tudo.
ResponderExcluirSempre gostei muito desse rapaz.
Excelente jogador e pessoa!
Valeu pela entrevista!
Imagino a emoção! rs
Bjs
Foi sensacional, Milady! rs
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