sexta-feira, 11 de abril de 2014

Para voltar a sorrir

Fred, sorridente, abraça Sóbis e Carlinhos, no terceiro gol do Flu: goleada e classificação.
Foto: Nelson Perez\Fluminense.F.C.


Oi, pessoal.


Ontem eu vi um Fluminense como há muito tempo não via: jogando como time grande que é, impondo-se em campo e, principalmente, com as linhas avançadas. Isso, mesmo depois de alcançar o placar que o classificava.


A ofensividade imposta, com a marcação pressão no campo do adversário, para um time que nos últimos anos, marcava com no mínimo oito jogadores do meio-campo para trás, de Muricy, passando por Abel e chegando no ápice negativo do Renato Gaúcho, foi o melhor que o time proporcionou na goleada de 5x0 que nos classificou para a segunda fase da Copa do Brasil.


Intenso, agressivo e dinâmico, Cristóvão conseguiu compactar os setores (defesa, meio e ataque). Time compactado significa jogadores próximos, o que facilita o passe, as tabelas, o rodar o jogo, prestigiando o toque de bola e, principalmente, desgaste físico menor.


Um time jogando futebol, não somente um time que apenas contra-ataca: foi esse o Fluminense que tivemos. Todo mérito ao Cristóvão. Com o time arrumado, agrupado, e especialmente, ofensivo, ele nos deu de volta , por exemplo, o que o "esquema tático" do seu antecessor apagava: o futebol do Dario Conca.


Fred e Conca comemoram o primeiro gol do Flu, aos 12 1°T: com "sangue nos olhos" e arrumado taticamente, Flu goleou.
Foto: Nelson Perez\Fluminense F.C.

Nada de ligação direta, nada de correria com os laterais para passar (uma melancia) para o Fred, o Sobis, o Walter resolverem. Não. O Fluminense foi um time que jogou com seu meio-campo ditando o ritmo, organizando o jogo, se infiltrando, marcando, como um time de futebol.


Uma desarrumação tática mina quase por completo o futebol de jogadores técnicos e criativos como Conca e Wagner. Principalmente, se o "esquema" for bolas longas, contra-ataques com os laterais. Afinal, assim, pouco a bola para nos pés deles. Por isso, as oscilações de rendimento.


Ontem vimos nossos meias ofensivos próximos da área adversária, assim como os volantes, para manter a compactação. Simples, não? Ótimo, também. O Fluminense precisa ter um desempenho técnico, dentro de campo, convincente e empolgante. Somente assim aproximará seus torcedores, o estimulando à adesão ao fundamental e decisivo Sócio-Futebol.


Resta saber se Cristóvão e os jogadores manterão essa filosofia nos jogos do Brasileirão ou se foi somente ontem, pela necessidade de vencer por dois ou três gols de diferença.


Resta saber, igualmente, é se, em jogos contra adversários mais qualificados o time conseguirá render da mesma forma, mesmo com um elenco desequilibrado, com muitos atacantes de um mesmo espaço do campo, apenas dois meias ofensivos, sem um reserva para o Carlinhos (Chiquinho não é lateral, nem sabe marcar ali!), sem um zagueiro menos atrapalhado e afobado que o Elivelton, e outro volante que saiba passar como o Jean e etc...

A conferir.

@@@
TÁTICA: O FATOR SÓBIS.

Flu entre o 4-2-3-1 e o 4-2-2-2: arrumação do Cristóvão.

Com as linhas compactadas, marcando no campo do adversário, a movimentação ou deslocamento do time se fez possível. 

O jogador que deu dinâmica ou alternância ao time foi Sóbis. Ora como o segundo atacante, enfiado dentro da área, com o time num 4-2-2-2, ora como um atacante recuado (formando o 4-2-3-1), e centralizado,dando opção para os volantes, os meias e laterais. 






Com isso, o tão sacrificado Rafael Sóbis, finalmente conseguiu jogar dentro da área. Sabemos que o time viverá situações e circunstâncias que pedirão o recuo das linhas. Natural....  Mas jogar sistematicamente assim, recuado demais, vinha sendo um pecado cometido pelos últimos técnicos que comandaram o Fluminense, justamente, quando a principal característica do elenco prima pela técnica, mal aproveitada.

Ao que tudo indica, Cristóvão modificará isso.  A última vez que vi um comandante que entenda que retranca é desequilíbrio e anti-jogo e deve ser usada eventualmente no decorrer de uma partida e não como O SISTEMA TÁTICO para um clube grande como o Fluminense, foi no início dos anos 2000, com o Oswaldo de Oliveira.

Sóbis recua um pouco para marcar e dar opção aos volantes, meias e laterais: a peça-chave da prancheta de Cristóvão.
Foto: Nelson Perez\Fluminense F.C.


Eu estou com esperança renovada de continuar vendo o Fluminense jogar, finalmente, como um time grande. Com equilíbrio entre a defesa e o ataque. Uma esperança chamada Cristóvão Borges. 

Que o clube lhe dê essa possibilidade porque temos pela frente o Campeonato Brasileiro mais difícil dos últimos anos, com toda uma pressão da "opinião publicada" contra o clube, escolhido, novamente, como o "boi-de-piranha" para desviar o foco dos erros cometidos por terceiros.


Ao Cristóvão, meu muito obrigada por ontem. E um pedido: Coragem!

FALANDO NISSO... Será que Renato Gaúcho e Celso Barros assistiram o jogo? O pior é que essa gente é tão arrogante e imbecil que pensa até que foi safadeza dos jogadores... Um absurdo. Não aprendem!


@@@
TOQUES RÁPIDOS:


- Como Elivelton está afobado, atrapalhado. Conseguiu ser expulso com o time goleando, num lance que se ele frisa a bola e não parar a jogada, conseguiria o desarme. Que essa classificação dê tranquilidade. 

- 20 passes trocados, pela direita, pela esquerda, sempre no campo do adversário, até o arremate perfeito de Wagner para o quarto gol do Fluminense. Mesmo sabendo da fragilidade técnica do Horizonte e que estava com um a menos, deu gostinho de quero mais! 

- Viram como Jean, de segundo volante, joga melhor? Elementar!

- E Diguinho, hein? Se achando o Yayá Touré - risos. Claro, que quase entregou um gol e continua levando comes do adversário; ontem, o Albano e o Siloé não tomaram conhecimento dele e pararam na cara do gol, mas que errou menos, errou.

- Eu gostei muito da entrevista pós-jogo do Fred. Mas, realmente, ele ainda está muito mal tecnicamente. Que o gol lhe dê confiança e ele cresça de produção. A tendência é essa, afinal, parece que teremos um time arrumado em campo, fundamental para o rendimento técnico.


@@@
POR FIM, MAS NÃO (MESMO!!!) MENOS IMPORTANTE:


A entrevista de Jackson Vasconcellos (foto), assistente pessoal do presidente Peter, ao Lance, me deixou triste com a política do clube.  

Sem nenhum pudor, o dirigente falou da "venda" das cadeiras do Conselho Deliberativo e em declarações do tipo: "Seria um absurdo essa rejeição das contas, uma vez que eles elegeram o Peter" ou porque "o tesoureiro é da Flusócio", ou porque "a Flusócio está contra o Peter porque perdeu as cadeiras" e outras declarações abomináveis.





Qualquer instituição séria, com gente séria, a declaração deixaria todos perplexos. Afinal, não é importante se as contas estão certas ou não, o que vale mesmo é manter o controle e o poder. 

Trata-se do braço direito do presidente Peter, que deve corroborar com seus pensamentos. 

Que decepção.

MAS...

Uma coisa é certa e definitiva: Ei, senhores Peter, Jackson, Celso, senhores da FluSócio, senhores da Vanguarda, da velha guarda, seja lá de que grupo político for: 

O CLUBE PODE SER TOMADO POR VOCÊS, MAS O FLUMINENSE SEMPRE SERÁ NOSSO.


Abraços,
fraternalmente,
Crys Bruno.

6 comentários:

  1. Querida, show, como sempre, mas uma aulinha! rs

    Vou te recomendar que leia no blog da Flusócio, a publicação " Prefeitura do Interior!" E que perca alguns minutos para ler os comentários. Muitos deles que ali estão, eu compactuo inteiramente com essa forma de pensar sobre o Futebol profissional, que para mim foi, é, e será o mais importante para a vida da Instituição Fluminense! Sem ele não há Fluminense. Era e, é uma das grandes brigas minha com a forma de pensar do Peter., ou será que é do Jackson??? Ao ler essa publicação e os comentários, percebi que, minhas apreensões fazem sentido em relação a este assunto. Mas, o pior é que o " buraco é mais embaixo"!!! O que está acontecendo nas laranjeiras para mim é crime! Estou horrorizada. Não tem como não passar para o campo, sem uma blindagem muito bem feita. Sem defender a extrema vaidade do Celso, mas, talvez, tenha percebido isso tudo, mas sua sede de poder o cegou a tal ponto que não se aliou a algum grupo do bem para ajudar ao Flu. Fica de birrinha com Peter e dá no que dá! Vale a pena ler, para ver como está podre, fedido, "o governo ou desgoverno" do reino das Laranjeiras... Dá um aperto no coração. Mas acho que todos os tricolores deveriam ler, e divulgar essa leitura!

    ResponderExcluir
  2. Farei isso sim, Milady. Obrigada. Tenho lido a FluSocio ultimamente tb. É o termômetro do clube afinal.
    mas o Fluminense é nosso rs

    ResponderExcluir
  3. Muito boa a sua análise Crys, destaco essa parte: Intenso, agressivo e dinâmico, Cristóvão conseguiu compactar os setores (defesa, meio e ataque). Time compactado significa jogadores próximos, o que facilita o passe, as tabelas, o rodar o jogo, prestigiando o toque de bola e, principalmente, desgaste físico menor.

    ST!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Outro time não é, queridão? Que bom. Que dê moral a todos para manter a intensidade, a pegada.

      Excluir