sábado, 7 de junho de 2014

Especial da Copa: Espanha, a campeã.

Casilas ergue a taça em êxtase: geração rechaçou teorias do futebol moderno e conquistou títulos.
Foto: Reprodução\Internet


Os atuais campeões do mundo chegam ao Brasil desejando consolidar seu futebol primordialmente técnico, que quebrou os defensores do pragmatismo, que tem na força física sua base e nos anos 90 atingiram seu ápice mas, graças aos espanhóis, estão ficando ultrapassados.


Com uma geração que conta com vários jogadores extremamente habilidosos - habilidade que está mais ligada ao talento do que a técnica, que pode ser adquirida em treinos - a Seleção Espanhola  jogou por terra a afirmação de que o futebol arte não tinha mais espaço.


Vidrados pelo poder defensivo dos italianos e a intensidade e força de jogo dos alemães, os pragmáticos, boquiabertos com Xavi, Iniesta e Cia,  viram a arte como base de um time conquistar duas Euro Copas (2008 e 2012) e a última Copa do Mundo (2010). E o pior: "colocando na roda" justamente Italia e a Alemanha.


Xavi é o cérebro e organizador da vitoriosa Espanha.
Foto: Sefutbol\Espanha

"O que importa é vencer", defendiam, para justificar a presença dos robóticos jogadores em detrimento aos hábeis e talentosos. Só que, como diz a garotada, "DEU RUIM", e a Espanha conquistou os prinicipais títulos praticando um futebol de toque de bola, com atletas franzinos e baixos, considerando a média.


Resultado: a Espanha devolve ao mundo a arte do futebol.


É importante vencer, claro. Mas vencer jogando bem, sendo ofensivo, com repertório de dribles, lançamentos, tabelas, baseado na habilidade do jogador e não apenas na correria, é muito melhor.


Esse é o legado admirável que os espanhóis nos deixam: devolver ao futebol a preponderância e base serem O TALENTO.


Foi buscando isso, influenciados pela mentalidade dos seus dois maiores clubes, os gigantescos Real Madrid e Barcelona, que eles formaram essa geração de jogadores extraordinários. NÃO! NÃO! NÃO! o futebol arte não morreu!, exclamo, tomada de satisfação.


Iniesta: o meia é considerado um dos melhores jogadores do mundo.
Foto: Barcelona FC


E não duvidem: quase um ano após a derrota discrepante para o Brasil, por 3x0, na final das Copa das Confederações, a Espanha voltará mais focada e motivada. Obviamente, afinal,  o comprometimento não se compara em relação as duas competições.


Além disso, esses jogadores que fincaram a bandeira espanhola no topo do mundo, querem uma consagração ainda maior: vencer duas Copas seguidas, feito que somente o Brasil e a Itália conseguiram, além do outro feito inédito: ser o europeu a conquistar uma Copa nas Américas.

Xabi Alonso: passes precisos no meio-campo espanhol
Foto: Jasper Junien\Europe Images


MAS...  se a Alemanha precisará ser ardente, os espanhóis terão que fazer jus ao seu apelido, entrando em campo "com fúria", com mais paixão. Se abusarem do "tik-taka" para evitarem maior cansaço e não decidirem suas partidas logo, poderão cair na mesmice, dando brecha ao adversário.


Cabeça-de-chave do Grupo B, que tem Holanda, Chile e Austrália, terá a Holanda logo na estreia, dia 13, buscando, além da classificação, ficar em primeiro do grupo. Caso ocorra um segundo lugar e o Brasil fique em primeiro no Grupo A, Brasil e Espanha já se enfrentariam nas Oitavas. UM PECADO!...


Seja nas Oitavas ou na final, para superar o Brasil, em seu território, a Espanha precisará vir "com "Fúria" e mais paixão. Somente assim o seu "tik-tak" poderá prevalecer... afinal, eles estarão na Pátria de Chuteiras, tendo que vencer um Brasil com alma iluminada pelo cruzeiro do sul, um Brasil "tropicaliente", um Brasil gigantesco.


Hala, Espanha!


@@@
TÁTICA : COMO VÊM OS CAMPEÕES DO MUNDO?

Time base da Seleção Espanhola: geração busca feito extraordinário com o bi-mundial.
Montagem: Crys Bruno.



Mestres em dominar o jogo (o território) com seu meio-campo feito de jogadores com erro mínimo de passes, em todo seu repertório: passes curtos, longos, em diagonal, agudos; a Espanha usará sua fórmula para arrebatar o mundo, de vez.


Graças a esse estilo que diminui o desgaste físico, desgaste que será imenso para os europeus por conta do nosso clima e temperaturas, a Espanha levará vantagem sobre as demais europeias, que, normalmente, precisam da resistência física, da correria, para fluir seu futebol. A Espanha, não.


Talvez a Espanha até prefira sacar do time o seu mais importante organizador, Xavi. Aos 34 anos, o meia poderá ser mais afetado pelo calor do inverno brasileiro. Fábregas entraria em seu lugar, sem prejudicar o estilo. Ressaltando que essa é apenas uma tendência, ainda não confirmada. O fato mesmo é que Busquets, o protetor dos zagueiros e o trio donos do passe perfeito, Xabi Alonso, David Silva e Iniesta, são titularíssimos.

David Silva: mais um meia de imensa habilidade
Foto: Arquivo\Europe Images



A defesa virá alterada: Aberloa, titular na Copa 2010 e Euro 2012, não foi convocado. A "briga" pela vaga fica entre o lateral direito do Atletico de Madrid, Juanfran, e Azpilicueta, do Chelsea. Aposto no primeiro, por ser melhor na marcação.


A dupla de zaga, já sem Puyol, é um dos pontos fortes da Espanha: Piquet e Sergio Ramos unem técnica com jogo aéreo e muito boa marcação .É, ao lado da zaga brasileira de Thiago Silva e David Luiz, a melhor.


Na frente, ah, na frente, uma das sensações da temporada 2013\2014: o brasileiro Diego Costa, que causou polêmica por preferir jogar pela Fúria do que pelo Brasil. Compreensível: foi aquele país que o acolheu e prestigiou. Tua escolha demonstra uma gratidão digna de ser elogiada.


Diego Costa, em ação pela Espanha, arranca para o ataque: convocado!
Foto: Kiko Matamoros.


SÓ QUE... o atacante brasileiro vem de grave lesão muscular e é dúvida para a estreia contra a Holanda, sexta, dia 13. Caso não jogue, o técnico Del Bosque deverá escolher Fernando Torres. Ou mesmo, surpreender, escalando David Villa (maior artilheiro da Espanha em Copas) ou Pedro, na posição, para dar ainda mais mobilidade ao setor.


Tudo praticamente dito e tenho uma certeza: além de maior espírito de competição e comprometimento, os Campeões do Mundo voltam ao Brasil com três "agravantes":  já conhecendo o clima, conhecendo totalmente nossa única arma, Neymar, com a lição dos 3x0 da final, em 2013, e desejando uma consagração ainda maior: conquistar dois mundiais seguidos.


Junte toda essa "fome", motivação e coloque tudo isso na alma do time mais habilidoso do mundo (!!!) e... tremei-vos. Os atuais reis do futebol arte voltam como o maior favorito ao título e o pior adversário para o Brasil, na minha modesta opinião.


Para repetir:  a fonte de Cibeles, na capital Madrid, vestida de amarelo e vermelho da Fúria, em 2010.
Foto: AP

Afinal, enquanto, nos últimos 25 anos, "europetizamos" nossos jogadores, a Espanha "abrasileirou" os seus. Enquanto, "europetizamos" nosso estilo de jogo, a Espanha "abrasileirou" o seu. POR ISSO, é ela, a Espanha, a mais capacitada Seleção para dominar nosso território e conquistar o Brasil.


E OUSO AFIRMAR SEM RECEIO:  se a La Roja conseguir vencer o desgaste que o clima tropical brasileiro provocará em todos os europeus, ninguém a segurará. Ninguém...

-
Ponto Forte: a habilidade de quatro dos seus cinco jogadores de meio-campo.

Ponto Fraco: as laterais defensivas podem ser um caminho para que o adversário.
-

@@@

LEIA TAMBÉM:

Especial da Copa: Alemanha.

Especial da Copa: Portugal de Cristiano Ronaldo.

Especial da Copa: Inglaterra, o berço do futebol


POR FIM, MAS NÃO MENOS IMPORTANTE...



HOMENAGEM AOS ESPANHÓIS-BRASILEIROS E BRASILEIROS-ESPANHÓIS


Deixo aqui toda minha admiração ao que a Espanha e os espanhóis estão fazendo pelo futebol, ressuscitando a importância preponderante do talento e, com isso, a arte de um esporte que deslumbra e hipnotiza há 150 anos e é o mais visto e querido do mundo.

Que meu Brasil retome o posto de mais talentoso, que volte a fazer jus ao reino fundado por ele, mas que foi devastado pela era Dunga. Atualmente, salvo e reconstruído, e com um novo rei: LA ROJA.




Abraços,
fraternalmente,
Crys Bruno.

Nenhum comentário:

Postar um comentário