segunda-feira, 8 de junho de 2015

É a falta de encaixe

Fred e Antônio Carlos tentam o cabeceio: Flu ficou no zero contra o Sport-RE.
Foto: Fluminense F.C.


Oi, pessoal.


Não foi ruim, mas ainda não está bom. Com quatro jogos no comando do Fluminense, Enderson já arrumou defensivamente o time, apostando em formar duas linhas de quatro, sem a bola, como vimos o Sport fazer ontem. Muito bom início do novo treinador.


No entanto, dá para melhorar e dá para projetar a Libertadores, sim. Para isso, é urgente encaixar o time do meio-campo para frente. Já cansou assistir o Fluminense nessa lentidão. A opção técnica já não se justifica mais e o comandante tricolor terá que mexer no posicionamente e, até, na escalação. 


Recém-contratado, entendo que Enderson quis evitar muitas mudanças, mas é aparente que tenha conquistado o respeito do elenco, chave mor para bancar agora as mexidas necessárias.  Quais? Tenho a impressão que de cada dez torcedores, nove sabem: o Fluminense precisa de velocidade e profundidade.  




Enderson orienta o time: treinador conquistou o grupo e já pode mexer mais no time.
Foto: O Globo


Para conseguir isso, é simples como o futebol: precisa escalar jogadores que se encaixem. Não tem sido assim. Os três meias, Gérson, Vinícius e Wagner, sem o corredor, sem um atacante que se desloque, se desmarque para dar opção e contra retrancas, como a do Sport, ficam sem ter o que fazer com a bola, já que não são dribladores frontais, como Messi, Neymar, Robinho...


Para piorar, ou matá-los de vez, os laterais Renato e Giovani são fraquíssimos. O time trava e irrita. Irritado, quem assiste fala em dispersão, apagão, máscara, falta de vontade, quando, na verdade, é a falta de encaixe. 


Entendo um torcedor achar, por exemplo, que Gérson não pega a bola e parte para cima do adversário com a explosão do Marcos Junior porque ele está mascarado, marrento ou não quer. Enderson não pode. Enderson é obrigado a ver que Gérson é meia de criação e não tem explosão, que o torcedor confunde com vontade, nem velocidade para jogar no lado do campo.


No lado do campo, de costas, sem opção de passe e com dois na marcação: Gérson não consegue fluir seu jogo.
Foto: Fluminense F.C.


Eu entendo que um torcedor queira sacar o menino que está sendo queimado naquele posicionamento. Mas não aceito que Enderson o faça. E mais: espero que o técnico posicione o mais talentoso jogador do elenco na sua posição, centralizado, na armação das jogadas. Aproveite a suspensão do sacrificado Wagner, quase um volante pela esquerda, e coloque Gérson em seu lugar no campo.


Usar o mais talentoso jogador do time aberto na direita é como posicionar Neymar onde joga o Jean. Inadmissível. Gérson é meia que arma, que cria. Está mais para um Deco. Pega a bola e sem o corredor, como ocorre contra retrancas, não tem para quem criar. 


O torcedor, como eu, pode não ver isso; já Enderson é obrigado a ver e resolver o encaixe do time. Não cabe mais ver os três meias espaçados no campo quando não temos ataque nem laterais, opções de passes para eles. 


Se não quiser mexer no time, os aproxime, para que eles joguem entre eles, no toque, na tabela, sendo opção um para o outro. Ou mude esse 4-2-3-1. Se for para jogar assim, pelas características, Marcos Jr e Marlone devem jogar onde Gérson e Wagner estão em campo. 


Se for para manter os três meias, o que acho ideal, é hora de pôr um segundo atacante pelo lado do campo, jogar Jean na lateral direita e fazer um tridente com Edson, Gérson e Wagner com Vinícius de ponta de lança. 

Wagner tenta o passe na esquerda: muito recuado e sacrificado, o meia está suspenso e não enfrenta o Palmeiras, domingo.


Se for para jogar nesse esquema atual, já usado por seus dois antecessores, Jean, Wagner e Gerson disputam posição. Caso contrário, será assim por todo esse campeonato: time lento, aparentando ser dispersivo ou sem vontade. Conto com Enderson para equilibrar isso, que será fundamental para que o Fluminense voe à sua altura e entre no G4 para não sair mais.


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TOQUE RÁPIDO:
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- Só eu fiquei com a certeza de que se Marcos Jr entra no lugar do Renato já na volta para o segundo tempo, teríamos melhor sorte, apesar das facadas do árbitro?

- Não foi penalti, não. Foi MUITO penalti. Novamente prejudicado em pleno Maracanã. Não bastam os problemas do clube, do time, de tudo: tem que vencer uma tendenciosa (porque só erra contra nós) arbitragem.

- E por fim, mas não menos importante: "apenas" pouco mais de quinze mil tricolores no jogo de ontem, e não duvido que os problemas vividos, na quinta-feira, tenha afastado muito torcedor de domingo. Esse Consórcio está prestes a ganhar minha mais intensa antipatia.


Quarta-feira eu volto falando das minhas boas esperanças para o jogo contra o Palmeiras, em São Paulo. Lá no Panorama Tricolor. Contando com vocês, de novo. Combinado? 

Abraços, 
fraternalmente,
Crys Bruno.

2 comentários:

  1. Muito bom!
    Esperanças de que vai "encaixar"! Rs
    Quando é para o Flu é lance normal de jogo, quando é para o adversário, o Flu entrou forte... no mínimo, lance para cartão... rs Mas, temos um porém, "sério", deram aos árbitros mais poder do q já tinham... nem fazer pergunta os jogadores podem mais, vide desabafo do Diego Sousa, ontem, após o jogo... Esse ano vai ser mais difícil do que já era...

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  2. Oi, milady! É verdade. Os jogadores, atores principais dentro do campo, estão de focinheiras; na adrenalina, pressão e calor do jogo, não podem esbravejar nem se queixar com o árbitro. Tudo programado para aumentar o poder do apito e assim da manipulação do resultado. Andamos para trás. 7x1 foi pouco...e não acabou.

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