sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Bayern de Munique e Barcelona: essência brasileira de futebol





BAYERN E BARCELONA, AS MAIORES REFERÊNCIAS DO MOMENTO  



Provavelmente você jovem torcedor ou não, já ouviu falar que o futebol mudou, que não é mais como o futebol antigo, sendo chamado de futebol moderno. Mas saiba que o “futebol moderno” é antigo(!), já citado por Zagallo e Claudio Coutinho, nos anos setenta (1970).  

Isso sem considerar que em década anterior, por conta do título inglês (1966), os três zagueiros, ou o 3-5-2, tornou-se igualmente referência "moderna".


Bem, se você não é um torcedor “antigo assim", mas já antigo como eu e acompanha futebol há pelos menos vinte anos, está familiarizado com o termo. Nos anos 1990, o “futebol moderno” apontou para o 4-4-2, usado com sucesso para o Brasil ser campeão do mundo, depois de 24 anos, o que explica ter se tornado padrão entre nossos times.


Na Europa, local onde os treinadores brasileiros buscam essas "novas táticas", essa organização do 4-4-2 predominou quase soberana até uns anos atrás quando o Barcelona, de Xavi e Messi, resgatou o 4-3-3, aquele mesmo dos anos 1980, então o mais usado no Brasil.


Muitos defendem que o 4-3-3 do Barça encaixou “por milagre” ou por conta de jogadores circunstanciais, como o “monstro sagrado” Lionel Messi. Ainda assim, o time da Catalunha virou “moda” e referência: ofensividade intensa com cobertura ao setor defensivo.

O SIMPLES 4-3-3 do Barcelona




Para o seu encaixe, é necessário que, ao menos, dois dos três jogadores de meio-campo tenham o passe longo e chegada ao ataque com faro de gol do Xavi e um volante ágil na marcação e com bom passe como Busquets. Por isso, o jogador desse setor precisa ser, obrigatoriamente, completo: saber marcar, saber jogar.


No Brasil, pouco temos conseguido formar deles, ultimamente. Mas são aqueles dos nossos jogadores dos anos 80 como Falcão (Internacional), Sócrates (Corinthians), Delei (Fluminense), Silas (São Paulo), Geovani (Vasco), que nos últimos vinte anos, por conta do 4-4-2, foram preteridos, quase extintos do nosso futebol. 


Para muitos, o 4-2-3-1 alemão é um 4-3-3, onde os atacantes de lado do campo recuam (para nós brasileiros, os chamados pontas), e sem a bola, formam um meio-campo com cinco jogadores.


MAS NÃO SÓ DE BARCELONA (e Espanha) VIVE A EUROPA...


O que vemos nesse início de temporada é uma especie de “Bayern Mania”, atual campeão europeu. Inclusive no Brasil, onde o futebol da Alemanha sempre foi idolatrado pelos técnicos.  Pela nova armação dos times, agora igualmente na Europa, está tentando o encaixe germânico do 4-2-3-1.

O BADALADO 4-2-3-1 DO BAYERN DE MUNIQUE



Para outros, com quem concordo, o Bayern é ainda mais ofensivo que o Barça porque o seu 4-2-3-1 está mais para um 4-2-4, esquema tático do auge do futebol brasileiro nos anos 1960. Por que? Por ter apenas dois jogadores tipicamente de meio-campo (Schwsteiger e Javi Martinez), e escalar 3-1 só com atacantes (Robben, Muller, Ribery e Gomez - no caso da imagem). Todos atacantes natos que compõem o meio-campo, mesmo sem a característica de marcadores.



Para encantar ainda mais, o esquema e a escalação do Bayern de Munique trazem em seus dois volantes, um ex-meia atacante. Tanto no Bayern quanto na Alemanha. E ele atende pelo nome de Schwsteiger. Por isso, não tente dois volantes que não sabem atacar ou sair para o jogo (passes agudos e arremate ofensivos), sem que um deles saiba criar, caso contrário, o seu 4-2-3-1 vai falhar.



Por conta do que venho aprendendo com o Barcelona e o Bayern de Munique, com a Espanha e a Alemanha, que quebraram aquela padronização tática do 4-4-2, uma chatice só, eu cada vez me convenço mais e (re)afirmo: qualquer “numeração tática” é válida se você conseguir encaixar a característica do seu jogador dentro do sistema e não o inverso.


Assim, escolher o esquema conforme o jogador é o diferencial. Normalmente, especialmente no Brasil, o técnico faz o inverso: escolhe o esquema e força o jogador a se encaixar, sem diferenciar as características exigidas pela tática de acordo com as existentes no jogador.


O meu time do coração, Fluminense, foi exemplo disso, em 2013, por exemplo. Com Abel Braga, fã confesso do estilo da Seleção Alemã de jogo.

Ele tentou uma maior ofensividade, afinal, exigia-se isso do Flu para impor-se como favorito já que é o atual campeão brasileiro. Na prática, não funcionou. E a explicação é simples: os jogadores escolhidos não tinham a caraterística para encaixar o jogo desejado.

E SEU TÉCNICO É BOM OU SÓ ENGANA BEM ?


Por isso, avaliar seu jogador, seu elenco, e aí sim, armar a tática, é o que diferencia um treinador e time do outro. Porque todas as táticas, numericamente, funcionam. Mas nem todos os times encaixam ou “dão liga” nesse ou naquela. Então, fica a pergunta: o treinador do seu time é bom ou só engana bem - ou mal? (rs)


Porque sim, é aí, a importância do técnico de futebol e onde ele deve ser avaliado. É por isso que ele ou cumpre seu papel ou prejudica imensamente. O resto é blá,blá,blá de porta de botequim ou papo formador de opinião vindo dos corredores das redações e dos escritórios dos agentes e gerenciadores de carreiras esportivas.

MAS O QUE VALEU MESMO, para mim, foi  CONCLUIR QUE as duas principais referências do futebol moderno (Bayern e Barcelona), versão década de 10 do século XXI, assemelham-se ao 4-2-4 do Brasil dos anos sessenta e ao 4-3-3 do Brasil dos anos oitenta. O que torna o futebol ainda mais apaixonante, intrigante e genial.


@@@
QUE LEGAL, NEYMAR! 

Neymar comemora seu primeiro gol pelo Barcelona




Confesso que acho o Campeonato Espanhol uma chatice (risos). Pois é, gosto muito e acompanho o futebol ofensivo do Barcelona e do Real Madrid, mas parar para assistir La Liga, sem ser jogo de um deles dois, é coisa rara.


Ainda assim eu também darei um moral ao Neymar, afinal, não acho justo desmerecê-lo porque a ganância desmedida dos agentes da publicidade desgastam e sugam sua imagem. É algo do qual ele, Neymar, não pode controlar. Ao menos, no caso dele, é pelo talento, que ele tem e não por fabricação, como outros muitos.

Então é isso, por hoje, pessoal.

E você: qual a sua opinião? Concorda? Discorda? Por que? Conto com seu comentário.

Abraços, 
fraternalmente,
Crys Bruno.

Twitter: @crysbruno.flu
Twitter: @futfan10
E-mail: crysbruno.flu@gmail.com



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