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BAYERN E BARCELONA, AS MAIORES REFERÊNCIAS DO MOMENTO
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Provavelmente você jovem torcedor ou não, já ouviu falar que o futebol mudou, que não é mais como o futebol antigo, sendo chamado de futebol moderno. Mas saiba que o “futebol moderno” é antigo(!), já citado por Zagallo e Claudio Coutinho, nos anos setenta (1970).
Isso sem considerar que em década anterior, por
conta do título inglês (1966), os três zagueiros, ou o 3-5-2, tornou-se
igualmente referência "moderna".
Bem, se você não é um torcedor “antigo assim",
mas já antigo como eu e acompanha futebol há pelos menos vinte anos, está
familiarizado com o termo. Nos anos 1990, o “futebol moderno” apontou para o
4-4-2, usado com sucesso para o Brasil ser campeão do mundo, depois de 24 anos,
o que explica ter se tornado padrão entre nossos times.
Na Europa, local onde os treinadores brasileiros
buscam essas "novas táticas", essa organização do 4-4-2 predominou
quase soberana até uns anos atrás quando o Barcelona, de Xavi e Messi, resgatou
o 4-3-3, aquele mesmo dos anos 1980, então o mais usado no Brasil.
Muitos defendem que o 4-3-3 do Barça encaixou “por
milagre” ou por conta de jogadores circunstanciais, como o “monstro sagrado”
Lionel Messi. Ainda assim, o time da Catalunha virou “moda” e referência:
ofensividade intensa com cobertura ao setor defensivo.
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O SIMPLES 4-3-3 do Barcelona |
Para o seu encaixe, é necessário que, ao menos, dois dos três jogadores de meio-campo tenham o passe longo e chegada ao ataque com faro de gol do Xavi e um volante ágil na marcação e com bom passe como Busquets. Por isso, o jogador desse setor precisa ser, obrigatoriamente, completo: saber marcar, saber jogar.
No Brasil, pouco temos conseguido formar deles,
ultimamente. Mas são aqueles dos nossos jogadores dos anos 80 como Falcão
(Internacional), Sócrates (Corinthians), Delei (Fluminense), Silas (São Paulo),
Geovani (Vasco), que nos últimos vinte anos, por conta do 4-4-2, foram
preteridos, quase extintos do nosso futebol.
Para muitos, o 4-2-3-1 alemão é um 4-3-3, onde os atacantes de lado do campo recuam (para nós brasileiros, os chamados pontas), e sem a bola, formam um meio-campo com cinco jogadores.
MAS NÃO SÓ DE BARCELONA (e Espanha) VIVE A
EUROPA...
O que vemos nesse início de temporada é uma especie
de “Bayern Mania”, atual campeão europeu. Inclusive no Brasil, onde o futebol
da Alemanha sempre foi idolatrado pelos técnicos. Pela nova armação dos
times, agora igualmente na Europa, está tentando o encaixe germânico do
4-2-3-1.
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O BADALADO 4-2-3-1 DO BAYERN DE MUNIQUE |
Para outros, com quem concordo, o Bayern é ainda
mais ofensivo que o Barça porque o seu 4-2-3-1 está mais para um 4-2-4, esquema
tático do auge do futebol brasileiro nos anos 1960. Por que? Por ter apenas
dois jogadores tipicamente de meio-campo (Schwsteiger e Javi Martinez), e
escalar 3-1 só com atacantes (Robben, Muller, Ribery e Gomez - no caso da
imagem). Todos atacantes natos que compõem o meio-campo, mesmo sem a
característica de marcadores.
Para encantar ainda mais, o esquema e a escalação
do Bayern de Munique trazem em seus dois volantes, um ex-meia atacante. Tanto
no Bayern quanto na Alemanha. E ele atende pelo nome de Schwsteiger. Por isso,
não tente dois volantes que não sabem atacar ou sair para o jogo (passes agudos
e arremate ofensivos), sem que um deles saiba criar, caso contrário, o seu
4-2-3-1 vai falhar.
Por conta do que venho aprendendo com o Barcelona e
o Bayern de Munique, com a Espanha e a Alemanha, que quebraram aquela
padronização tática do 4-4-2, uma chatice só, eu cada vez me convenço mais e
(re)afirmo: qualquer “numeração tática” é válida se você conseguir encaixar a
característica do seu jogador dentro do sistema e não o inverso.
Assim, escolher o esquema conforme o jogador é o
diferencial. Normalmente, especialmente no Brasil, o técnico faz o inverso:
escolhe o esquema e força o jogador a se encaixar, sem diferenciar as
características exigidas pela tática de acordo com as existentes no jogador.
O meu time do coração, Fluminense, foi exemplo
disso, em 2013, por exemplo. Com Abel Braga, fã confesso do estilo da Seleção
Alemã de jogo.
Ele tentou uma maior ofensividade, afinal,
exigia-se isso do Flu para impor-se como favorito já que é o atual campeão
brasileiro. Na prática, não funcionou. E a explicação é simples: os jogadores
escolhidos não tinham a caraterística para encaixar o jogo desejado.
E SEU TÉCNICO É BOM OU SÓ ENGANA BEM ?
Por isso, avaliar seu jogador, seu elenco, e aí
sim, armar a tática, é o que diferencia um treinador e time do outro. Porque
todas as táticas, numericamente, funcionam. Mas nem todos os times encaixam ou
“dão liga” nesse ou naquela. Então, fica a pergunta: o treinador do seu time é
bom ou só engana bem - ou mal? (rs)
Porque sim, é aí, a importância do técnico de
futebol e onde ele deve ser avaliado. É por isso que ele ou cumpre seu papel ou
prejudica imensamente. O resto é blá,blá,blá de porta de botequim ou papo
formador de opinião vindo dos corredores das redações e dos escritórios dos
agentes e gerenciadores de carreiras esportivas.
MAS O QUE VALEU MESMO, para mim, foi CONCLUIR QUE as duas principais referências
do futebol moderno (Bayern e Barcelona), versão década de 10 do século XXI,
assemelham-se ao 4-2-4 do Brasil dos anos sessenta e ao 4-3-3 do Brasil dos
anos oitenta. O que torna o futebol ainda mais apaixonante, intrigante e
genial.
@@@
QUE LEGAL, NEYMAR!
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Neymar comemora seu primeiro gol pelo Barcelona |
Confesso que acho o Campeonato Espanhol uma chatice
(risos). Pois é, gosto muito e acompanho o futebol ofensivo do Barcelona e do
Real Madrid, mas parar para assistir La Liga, sem ser jogo de um deles dois, é
coisa rara.
Ainda assim eu também darei um moral ao Neymar,
afinal, não acho justo desmerecê-lo porque a ganância desmedida dos agentes da
publicidade desgastam e sugam sua imagem. É algo do qual ele, Neymar, não pode
controlar. Ao menos, no caso dele, é pelo talento, que ele tem e não por
fabricação, como outros muitos.
Então é isso, por hoje, pessoal.
E você: qual a sua opinião? Concorda? Discorda? Por
que? Conto com seu comentário.
Abraços,
fraternalmente,
Crys Bruno.
Twitter: @crysbruno.flu
Twitter: @futfan10
E-mail:
crysbruno.flu@gmail.com
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