sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

“Vidas Secas” e o jornalismo esportivo brasileiro.


Vidas Secas, clássico de Graciliano Ramos (esq) e cinco dos jornalistas da destemperança.
Montagem: Crys Bruno.



Oi, pessoal.

Quando eu comecei a escrever,  conheci um editor paulistano, o Roberto Sales, que me ajudou sobremaneira.

Nos últimos dias, lembrei muito dele me falando sobre a obra de Graciliano Ramos: “Vidas Secas”, que ele considera a maior obra da nossa literatura.  

Toda essa boa lembrança ocorreu por conta do “Caso Flamengo-Portuguesa”, que rebaixou a Lusa.  

O comportamento, digno de um cão espumando sob a influência da Raiva,  contra o Fluminense,de alguns jornalistas como Mauro Cézar Pereira, Márcio Guedes, Antero Greco e André Risek e Renato Maurício Prado, reporta-me ao genial Graciliano, quando descreve com maestria a morte da cadelinha Baleia:


"A carga alcançou os quartos traseiros e inutilizou uma perna de Baleia (...) E, perdendo muito sangue, andou como gente, em dois pés, arrastando com dificuldade a parte posterior do corpo (...). Uma sede horrível queimava-lhe a garganta. Procurou ver as pernas e não as distinguiu: um nevoeiro impedia-lhe a visão. Pôs-se a latir e desejou morder Fabiano (...). Uma angústia apertou-lhe o pequeno coração. Precisava vigiar as cabras: àquela hora, cheiros de suçuarana deviam andar pelas ribanceiras, rondar as moitas afastadas (...). A tremura subia, deixava a barriga e chegava ao peito de Baleia (...). A pedra estava fria. Certamente sinhá Vitória tinha deixado o fogo apagar-se muito cedo. Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás (...) gordos, enormes".


Quando esse mestre da nossa literatura faz de Baleia um homem, “andou como gente”, consagrou esse momento, o instante em que ela alcançou a maior miserabilidade de sua existência. Uma crítica ao “animal” que o homem se tornou.


Os mencionados jornalistas são dessa espécie, dessa hominização animalesca, no sentido pejorativo das palavras. 

O homem e o animal, de Graciliano Ramos, são sempre vigilantes, probos, dignos de compaixão e rumando para um “mundo cheio de préas(...) gordos e enormes”.

Estes senhores supracitados, que trabalham para que suas verdades pessoais sobrepõem-se aos fatos, a justiça, a lei, não!

Estes são “animais” que espumam fúria, raiva, despeito, inveja e complexo de superioridade de uma só vez e com impressionante capacidade, padecendo de cultura moral, vivendo na escuridão da noite, entre latidos e rosnar. Para eles o homem não merece a vida, “preás gordos e enormes”, então, nem pensar!

“Eu desprezo cada torcedor do Fluminense que esteja comemorando a permanência na série A”, escreveu o jornalista da ESPN-Brasil, Mauro Cézar Pereira, em seu twitter há semanas atrás.

Sr. Mauro Cezar,  é o senhor o ser desprezível. Sua saliva cheira mau quando injusta e torpe, como nesse caso.


Passamos, pessoal, as últimas semanas sendo alvejados de forma cruel e desumana por estes senhores. Foram eles covardes a tal ponto que só um sentimento é maior que meu assombro: o lamento. Quem os segue o julgamento covarde é seu igual, assim como os torcedores que agrediram tricolores nas ruas.


E assim já não sei se Graciliano Ramos lhes abençoaria com a compaixão que todos os "animais e homens humanizados" merecem receber, nesse caminho rumo ao mundo abundante dos preás gordos e enormes.

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PERGUNTAR NÃO OFENDE...

Peter e Celso Barros: diretoria começa 2014 como o trágico 2013.
Imagem: GloboEsporte.com


Por onde anda a diretoria do Fluminense, omissa e calada, diante de incalculável difamação por parte da mídia?

Por que a diretoria do Fluminense anunciou Walter antes de ter fechado com o Porto a contratação do atleta?

Por que a diretoria do Fluminense contratou um ex-jogador falastrão e comprovadamente inapto, são quase 10 anos de carreira sem nenhum título, para treinador do time que terminou entre os últimos em 2013?

Por que a diretoria do Fluminense... diretoria do Fluminense?! Recusarei reafirmar isso. Daqui em diante tratarei a mesma como os donos do Laranjinha Futebol Clube, cujo presidente de direito é o Pedro Pilatos, o presidente de fato é o Celsinho Serra Pelada e o novo treinador é o Zé Gremista.

ERRATA: o tricolor Anthenor Nicolau chamou-me atenção num ponto que me fez voltar no texto para explicar.

A menção que a (in)ação da diretoria do Fluminense NÃO esteja sendo condizente ao nosso Fluminense, ao Fluminense de Oscar Cox, ao clube que instituiu o futebol no Rio de Janeiro, a casa da Seleção Brasileira e dos esportistas olímpicos, ao clube que encanta cerca de DEZ milhões de brasileiros, não foi bem exposta por mim aqui. Essa diretoria, assim agindo (omissão é ação!), não representa o Fluminense e sua torcida. Foi isso que quis dizer e não soube com melhor propriedade.




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ENQUANTO ISSO, NO VELHO CONTINENTE...



Eusébio atuando pelo Benfica em 66: títulos e prêmios marcaram sua carreira brilhante.
Imagem: Reprodução Internet




ADEUS AO IMORTAL EUSÉBIO.


No último domingo, dia 5, o maior jogador português de todos os tempos e um dos maiores que o futebol nos presenteou, se foi... o imortal Eusébio.

O notável camisa 10 do Benfica marcou 766 gols em 749 jogos; conquistou a Bola de Ouro de melhor jogador do mundo, em 1965, ficando em segundo lugar em 62, quando levantou o Benfica à maior glória do futebol europeu, a conquista da Liga dos Campeões;  e em 66, quando com o terceiro lugar de Portugal na Copa, ganhou a chuteira de ouro como o artilheiro. Prêmio que repetiu em 68 e 73.


Eusébio, em 68: maior goleador europeu.
"O Rei", afirmam os portugueses de forma justa. Mas, ele afirmou, na pureza da sua humildade, certa vez: "Eu não sou rei. Rei é aquele que está de braços abertos em Lisboa, o Cristo-Rei." 


"Entristecidos por saber da morte da lenda do Benfica, Eusébio. Foi um jogador fantástico.", publicou em nota oficial o Manchester United. 


"O melhor de todos os tempos", afirmou outro genial jogador, o argentino e maior ídolo do Real Madrid, Di Estéfano. 


Fato é que o mundo curvou-se, grato e admirado, ao moçambicano Eusébio, pela genialidade e talento com a bola nos pés e a conduta reta e equlibrada que somente os grandes possuem. Eusébio foi genial dentro e fora de campo. 


Eu também curvo-me a ti, Pantera Negra. Descanse na paz dos campos divinais da eternidade, com a certeza da sua imortalidade entre nós, meros mortais. 


Eusébio recebe uma homenagem: jogador tinha cadeira reservada ao lado da cadeira do presidente do Benfica.

Notas e Curiosidades:


- Foi o ditador Salazar quem impediu Eusébio de sair do Benfica e de Portugal. Presidente do Conselho Deliberativo do clube, rechaçou as propostas milionárias que o Real Madrid, a Juventus e a Internazionale fizeram ao gênio português, afirmando: "O Eusébio está impedido de sair de Portugal. Ele é patrimônio do Estado português."

- O Benfica irá pagar 12 mil euros por mês a viúva de Eusébio, Flora e as duas filhas do casal.


- POR FIM, EUSÉBIO...

"Ainda me lembro que, em miúdo (menino), nunca pensei chegar onde estou, mas tudo sucedeu porque sempre tive os dois pés bem assentes no chão e caminhei com a cabecinha. Valeu-me muito a minha maneira de ser, pois sou muito simples e pouco falador, como aprendi com a minha família"




Abraços, pessoal.

Fraternalmente,

Crys Bruno.




2 comentários:

  1. Parabéns, gostei muito do texto, narra com bastante sensibilidade a atuação de "jornalistas" no desfecho do brasileirão 2013. (ou seria 2014?)! Saudações Tricolores!

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  2. Ei, muito obrigada pela força, Rodrigo. ST!

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