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As duas táticas da moda no futebol do mundo, usadas por Atlético-MG e Cruzeiro, ano passado: 4-2-3-1 e o 4-3-3. Reprodução Internet. |
Oi, pessoal.
Após falar do elenco do nosso Fluminense, e seu desequilíbrio, vou arriscar o exercício da escalação e posicionamento do time.
Certa de que já superamos a discussão sobre posicionamento defensivo como justificativa do absurdo de se jogar com três volantes, vou imaginar o nosso Flu abrindo mão de um deles. Qual? Jogando a moeda para o alto... se der cara, sai o Jean; se der coroa, o Diguinho.
Deu coroa. (risos). Assim, usarei o Jean como segundo volante, mas se no seu time você preferir o Diguinho, é só trocar.
Valencia é o volante necessário e útil. O cão-de-guarda, protetor da zaga. Sua noção de marcação é excelente, tanto quanto sua noção de posicionamento. Mas para o passe, já que é ali no seu espaço que se iniciam as jogadas, o seu é passe curto e lateral, precisando que um companheiro de passe melhor se aproxime para a saída de bola.
Se esquecermos o mau momento e pensarmos somente nas características, esse companheiro seria o Jean, porque Diguinho, embora tenha um deslocamento melhor, não tem esse passe agudo para equilibrar os fundamentos necessários dessa saída de bola por dentro - ou pelo meio, como preferir.
Escolhido os dois volantes, é hora de pensar na criação e "agressividade" ofensiva. E nos deparamos com o maior problema do time, maior até que os erros de marcação da zaga e dos laterais, praticamente comum a todos os times brasileiros.
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Valencia, Jean e Diguinho: correria sem criatividade. Foto: Fernando Cazaes |
Isso se dá porque cometemos dois pecados terríveis: ao escalar três volantes, abrimos mão de um meia ofensivo, ao lado do Conca; e ao termos apenas um atacante de lado do campo e esse, um menino, o Biro Biro, nosso jogo fica óbvio e limitado, dependendo de jogadores defensivos, os laterais, para ter jogo pelas pontas, obrigando a eles o passe principal de um time, o último passe.
Lateral pode apoiar para fazer um-dois, nunca para ter a obrigação sempre de ir na linha de fundo. Nem Cafu aguentava! Nem é a função de um jogador defensivo.
Por isso, no futebol antigo, tínhamos os pontas; por isso, no futebol moderno, temos os pontas (risos). Estes são chamados também pelos intelectuais do futebol, de médio-ala, que no futebol antigo chamávamos de ponta recuado. Nomeclaturas a parte, o que vale é a característica do jogador para ocupar aquela posição\ função.
Mas, só temos o Biro Biro. E agora? Como nos desvencilhar da dependência de uma jogada individual do Conca e do passe de criação dos laterais ? Funcionou em 2010 e 2012, mas caducou. Como sacudir o time, envelhecido, que nos deixou entre os últimos, ano passado?
Estou convencida que passando pelo montagem do elenco. Nosso elenco atual é autodestrutivo.
O Fluminense precisa, urgentemente, de um atacante de lado do campo. Algo no estilo do Thiago Ribeiro (Santos), Dagoberto (Cruzeiro), ou até o Osvaldo (São Paulo), que quase pintou no clube, ou mesmo o Maicon, que tanto nos ajudou em 2009.
Para isso, você terá que abrir mão de um dos QUATRO CENTROAVANTES: Michael, Walter, Sóbis ou Fred. Não existe um time grande com quatro centroavantes e um ponta apenas. Que loucura!
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Fred, Walter, Michael e Sóbis: atacantes do mesmo espaço do campo. Foto: Nelson Perez\FFC Montagem: Crys Bruno. |
Mas, se não der, lá no tal "monitoramento do mercado" (Ai! Haja estômago!), e tivermos que jogar com dois centroavantes, um meia ofensivo com agudez será primordial, já que Wagner não tem mais a confiança de quase ninguém, quase nunca sendo utilizado.
Por quê? Porque dois centroavantes e sem jogador ofensivo de lado do campo, precisaremos de um meia atacante agudo, porque teremos que melhorar a qualidade dos fundamentos, como o passe e drible, do nosso meio-campo, para qualificar nosso jogo por dentro.
Perdeu-se a chance de negociar com o Jadson. Uma pena... Cícero é excelente, mas não para esse perfil, porque lhe falta agilidade, sendo o seu deslocamento só vertical. Perfeito para o lugar do Jean ou Diguinho, já que sem "ponta", o time persistirá no 4-4-2.
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O 4-4-2 em losango: ainda muito utilizado. Foto: Internet. |
E, ouso afirmar, que sem a contratação de um atacante de lado do campo e de um meia-ofensivo, o Fluminense será mais do mesmo.
Algo que me causa aflição, a mesma que senti no início de 2013... e deveria causar também aos diretores do clube. Aflição em alto grau, para impulsioná-los a vencer sua passividade e o medo de mexer, de mudar, de sacudir o time. Acorda, diretoria!
Aproveita que temos moedas de troca no mercado, como Jean, Rafael Sóbis, Wagner, e dê equilíbrio ao elenco. Aproveita que Diguinho e Leandro Euzébio são dois exemplos que já não acrescentam nada ao time! E que Fabio Braga, igualmente, não é jogador de Fluminense, e diminua a folha salarial.
Com isso, aproveita o carnaval para um "sacode"! Livra-se dos jogadores que já não funcionam mais e traga: DOIS zagueiros, um meia-ofensivo e um atacante de lado do campo.
Ah, vocês pensaram que eu tinha esquecido de mencionar a zaga? Zaga nova já! Para ontem! Gum e Elivelton são muito bons zagueiros para compor o elenco.
Fazendo isso, já reequilibraremos a característica do elenco. Não fazendo, o filme será o mesmo do ano passado.
O mesmo filme do ano passado? NÃÃÃÃÃOOOO! Porque... vai que o Flamengo não nos salve de novo do rebaixamento?...
E eu vou ali me matar, mas volto na quarta-feira de cinzas...entre confetes e sepertinas, bom caranaval a todos!
Abraços,
fraternalmente,
Crys Bruno.