Antes de mais nada, gostaria de avisar que o pré-jogo que eu e o Henrique fazemos, em áudio, excepcionalmente nesse domingo, não rolará. Mas volta na próxima rodada!
Isto posto, (risos), vamos ao nosso Fluzão! Após a quarta derrota nos últimos cinco jogos e a constatação de um pífio rendimento em jogos fora de casa, fiel da balança para definir os melhores, especialmente, os quatro primeiros (Libertadores) e o campeão, o Fluminense ainda busca o equilíbrio.
Das seis derrotas, apenas uma foi em casa, no clássico, diante do Vasco. Das nove vitórias, apenas duas foram fora de casa. Muito pouco para um time que quer manter-se no G4. Para se ter uma ideia, o líder da rodada, Corínthians, só perdeu três partidas, sendo que dois clássicos, um em casa, então, apenas dois jogos fora.
O Fluminense tem, em relação ao líder, o dobro de derrotas. Isso acende a luz vermelha. Precisamos urgentemente mudar nossa postura para vencer fora de casa também. Enderson Moreira precisa entender que sua proposta está fracassando e mudá-la. Mesmo nas vitórias sobre Goiás e Atlético-PR, nosso time não se impôs.
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Imagem: Reprodução\Internet |
Em casa, naturalmente, o Tricolor avança suas linhas, até porque o adversário não marca pressão, na saída de bola ou quando o faz (Grêmio e Sport fizeram!), cria sérios problemas para nós. Subir as linhas, marcando sobre pressão a saída de bola adversária é o que mais nos falta quando não jogamos no Maracanã.
A partida contra um Internacional inseguro, sem confiança, grogue por conta da goleada três dias antes para seu maior rival, nos mostra esses pecados: a covardia na proposta equivocada do treinador. Enderson posiciona o time com nove jogadores atrás da linha da bola, a partir do campo defensivo.
Isso é retranca excessiva. E retranca excessiva é covardia. Você pode fazer isso nos minutos finais, por dez, quinze minutos, não, NUNCA, como modelo para 90 minutos!Você está dando ao adversário, campo, tempo e calma para pensar a sua saída de jogo, sem marcar seu passe, sem pressioná-lo.
Para PIORAR, quando ataca, ataca com APENAS QUATRO. E, continuando o teatro do medo, esses quatros jogadores avançam descompactados, espaçados. distantes uns dos outros, o que os limita a visão para opção de passe, e assim,a tabela, a infiltração, uma jogada trabalhada.
Isso SÓ ocorreu uma vez no jogo quando Cícero avançou pelo meio, ao lado de Ronaldinho e passou para Scarpa chutar cruzado. O ÚNICO lance de perigo CRIADO pelo time. Veja abaixo: os QUATRO que atacam com o apoio de um dos laterais e um buraco entre eles e o restante.
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RARO momento do jogo em que Cícero avança por dentro, próximo de Ronaldinho: lance resultou em chute cruzado e perigoso de Gustavo Scarpa. |
Assim, o time defende em bloco mas não ataca em bloco como DEVE ser, caracterizando o desequilíbrio. Por constatar isso, preocupada, fiz questão de conseguir ilustrar o que critiquei no último post, intitulado, "Enderson rebaixa o Fluminense"(
Leia aqui), ao rever a partida, que gravei da transmissão da TV portuguesa.
Enderson recua com MEDO, acovarda o Fluminense sem a bola mas com ela, para atacar, entrega a solução, entenda-se, criação e conclusão do gol, à apenas QUATRO jogadores do time. Fechar-se a partir da intermediária defensiva para não levar gol, é importante, mas não como modelo para 90 minutos de jogo.
Esses quatros que já são obrigados a vir na intermediária defensiva marcar, DEVEM ter pernas para criar, armar e concluir o contra-ataque,tendo, ao roubar a bola, ninguém a frente como opção, enquanto o resto do time para.
Reparem na imagem abaixo:
Agora, por favor, olhe novamente a imagem acima e me diga: se roubássemos a bola nesse lance, qual seria a opção de passe do nosso jogador? Só o centroavante, Wellington Paulista, está na frente da linha da bola, mas somente à três metros do lance, ocupando o mesmo espaço.
Agora me diga: como armar um contra-ataque veloz, ágil, fulminante assim? Impossível. Nem se todos os jogadores tivessem um motor no bumbum e em toda bola recuperada saísse correndo na direção do gol. Seria travado facilmente. Mas se você rouba essa bola do meio-campo para frente, ah, aí sim, há chance e perna para o contra-golpe.
Agora, novamente, peço: repare a imagem abaixo e me mostre onde está o meio-campo? Desse setor, somente Ronaldinho se apresenta, mostrando o vácuo, espaço, entre os setores defensivo e ofensivo. Com isso, o meio some o que significam DOIS AGRAVANTES:
- sem o meio-campo também compactado com o ataque, perdemos opção de passe e a condição de manter certa posse de bola, o que, além de descansar o setor defensivo, possibilita trabalhar melhor a jogada em busca do gol. Espaçados, ficam isolados, minguando o poder de fogo ofensivo porque o time é bloqueado com facilidade.
- além disso, ao recuperar a bola, o adversário terá um corredor na meiuca para pensar e armar seu contra-golpe, mesmo ser ter levado golpe algum... e os que foram atacar, têm que voltar rapidamente, sendo sacrificados fisicamente. São os que mais correm no time, sem necessidade. Quando se defende e ataca em bloco, com o time compactado sempre, cada jogador corre menos, se desgasta menos porque sempre tem um companheiro por perto tanto para o passe quanto para a cobertura em caso de perder a bola.
Esse modelo de postura piora quando olhamos o posicionamento. Esse 4-2-3-1 é caótico quando se fixa jogadores que não são pontas, ou como no perfil do melhor de nosso elenco, são meio-campistas lentos ou jogadores de área.
No Beira-Rio, Cícero foi o "Gérson", o canhoto armador, torto na ponta direita e, Marcos Junior, jogador de área, foi o marcador do lateral direito, saindo da ponta em diagonal para o meio, ÀS VEZES, quando tínhamos a bola, para puxar a marcação e dar espaço - FUNDAMENTAL - para o criador do time flutuar, no caso, Ronaldinho.
Agora me responda: quanto tempo esse trio (os três "meias" do 4-2-
3-1) aguenta voltar, marcar, atacar, criar, finalizar, enquanto o resto do time só praticamente marca? Para o torcedor meramente sensitivo, fica evidente cobrar uma atuação decente desse trio, que joga fixo e espaçado, não é?
Principalmente se dentre eles, o jogador for consagrado ou considerado jóia, como Ronaldinho, Cícero e Gérson. Mas lembre que até Vinícius teve dificuldades! É justo ser obrigado a marcar, mas como cumprir bem suas funções ofensivas, se está isolado, tendo seu companheiro distante para o passe, porque seu técnico é um medroso e amarra o resto do time?!
Defender com nove e atacar com apenas quatro mostra o desequilíbrio covarde que tem nos tirado da regularidade, fundamental, para fincar o time no G4 e na briga pela liderança.
Se dependesse desse rendimento, pontos fora de casa, para evitar o rebaixamento, receio de todos, diretoria, elenco e torcida, ao contratar Enderson, estaríamos também ferrados! Imagine para brigar no G4!
É URGENTE a mudança de modelo de jogo, na postura e posicionamento do time, SE quisermos voltar a disputar uma Libertadores ou até brigar pelo título.
Caso Enderson não vença o medo em rever sua proposta de jogo, não adiantará ter Ronaldinho, Fred, Cícero, Gustavo Scarpa, Gérson... não adiantará reclamar de atuação individual de nenhum jogador do meio para frente.
Vença o medo, Enderson, e desamarre o time quando com a bola, para termos um time de futebol consistente e equilibrado e, com isso, subtrair mais da qualidade de nossos melhores jogadores, subindo de patamar.
A.T.A.C.A.R, Enderson ! Não tenha medo! Você consegue!
A.T.A.C.A.R, Fluzão!
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TOQUES RÁPIDOS:
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- Hoje, no Maraca, às 16h, Fred estará de volta. Ronaldinho, Osvaldo, Cícero e Fred juntos pela primeira vez! Mesmo com o gesso do modelo Enderson de jogar,espero uma vitória boa mas por tudo o que escrevi e temos visto, uma vitória difícil até acharmos nosso primeiro gol pela dificuldade do Fluminense A.T.A.C.A.R e furar retrancas.
- Como disse, dias atrás, tendo um lateral da posição, não colocaria o Scarpa ali porque acho que ele tem muita capacidade para jogar no setor mais importante e difícil de um time, o meio-campo. Mas até que ele está se saindo muito bem! Mais um pouco e teremos um novo Leonardo!
- Uma simples vitória, hoje, e voltamos ao G4. Senhoras e Senhores, AO MARACA!!!!
Abraços,
fraternalmente,
Crys.